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quinta-feira, 18 abril, 2024

Sustentabilidade: elemento indispensável ao desenvolvimento

Muito se fala em desenvolvimento sustentável, em sustentabilidade, mas no cotidiano ainda se está longe de praticar de forma ampla

A humanidade vive momento conturbado e decisivo em sua caminhada rumo a um modelo de desenvolvimento que garanta a manutenção das atividades socioeconômicas em níveis compatíveis com as necessidades das gerações atuais, sem poder esquecer, porém, as que virão. Tendo assim que ter consciência clara de que qualquer projeto nesse sentido tem que levar em conta os limites de funcionamentos dos ecossistemas e de seus complexos mecanismos de inter-relações que permeiam a vida em todo o Planeta Terra.

Muito se fala em desenvolvimento sustentável, em sustentabilidade, mas no cotidiano ainda se está longe de praticar de forma ampla, o correto e o necessário nesse sentido, baseado no conhecimento técnico-científico e positivado em leis, para que a coexistência harmoniosa e racional das atividades humanas ocorra, sem isto significar impactos indevidos sobre as pessoas e o meio natural e, consequentemente, e dúvida de qual futuro existirá, se não forem mudados os rumos atuais.

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Exemplos claros dessa distancia entre a prática e o que deveria ocorrer, são os lamentáveis desastres que recentemente ocorreram na área de mineração: uma barragem de rejeitos não se rompe ao acaso e nem de um minuto para o outro; um duto, da mesma forma. E, ainda, se tenda encontrar argumentos para dizer que se praticava o que deveria, que se fazia o melhor. Na verdade sabe-se que a palavra mágica nisso tudo significa custos, ou melhor, -muitas coisas indevidas ocorrem por se gastar o mínimo em proteção ambiental para se ter os maiores ganhos possíveis. Sendo claro que essa equação não combina com sustentabilidade, pois há certos custos que são inevitáveis para que se tenha de fato a segurança necessária e, consequentemente, a proteção das pessoas e do meio ambiente.

Na verdade a cultura sobre a qual se assenta a história econômica do País, infelizmente, no quesito compromisso com o futuro, salvo as exceções, mudou pouco desde o ciclo do pau-brasil. Explora-se e vai em frente… e isto não ocorre no setor de mineração apenas. Mas em muitos setores, para não dizer a maioria. Ou seja, em nome das necessidades, que são muitas vezes reais, de crescimento do emprego, da renda e dos tributos, sacrifica-se o meio ambiente. Parecendo que esta conta “nunca” será cobrada pela natureza. O que é ledo engano. Pois a conta já está chegando a várias frentes. Seja pelos impactos dos efeitos do aquecimento global, seja pelos impactos sobre a saúde das pessoas, seja pela redução da biodiversidade, cujas perdas muitas vezes têm valor muito além do que é ganho pela exploração ou utilização desse ou daquele bem ambiental, com fim meramente econômico.

Mudar essa forma de agir visando minimizar esta situação, é o que se têm  ao longo do tempo, buscado através de vários instrumentos legais e técnico-científicos, como: o licenciamento ambiental, o monitoramento das atividades poluidoras e o desenvolvimento de pesquisas em tecnologias limpas. Visando atender uma cobrança e um anseio da sociedade atual, que percebe que o modelo de desenvolvimento sustentável vigente, não é mais compatível com um nível que se entende atualmente adequando de qualidade de vida.

Sustentabilidade, então, é elemento indispensável, para haver qualidade de vida e tornar o sistema econômico sustentável. Por ser na verdade o equilíbrio possível entre a capacidade de serem mantidos os processos biológicos fundamentais, a garantia de geração de empregos, renda e tributos, com o respeito às leis ambientais, mais a participação ativa de todos os atores sociais envolvidos.


Luiz Fernando Schettino é Professor de Ecologia e Recursos Naturais da UFES

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