23.3 C
Vitória
sexta-feira, 29 março, 2024

Sua empresa se vende bem? É hora de descobrir!

Sua empresa se vende bem? É hora de descobrir!Empresas tendem a caminhar de modo semelhante ao ser humano: à medida que adquire experiência, sua maturidade as direciona para um patamar superior, ganhando espaço, tamanho e credibilidade no mercado. Mas como e quando é possível saber se a empresa está sendo vista, conhecida ou reconhecida pelo mercado?

É fato que na sua empresa o cérebro é você. Pense, analise e faça uma autocrítica: no que o meu negocio é bom? No que é fraco? No que pode ser expandido? Não cometa o erro de “deitar em berço esplêndido”, ou seja, acomodar-se e abandonar uma postura mais agressiva de conquista de mercado. Estratégicas eficazes de desempenho, em todas as áreas, são a regra número um para a competitividade.

- Continua após a publicidade -

O crescimento sustentável de uma empresa deve estar alicerçado na definição correta do seu negócio, sem miopia em marketing, logística ou conhecimento especializado, entre outros setores. Conhecer a sua empresa, ter uma meta futura do que pretende e aonde quer chegar é, sem dúvida, o caminho para criar estratégias vencedoras e colocar a empresa em constante atividade empreendedora, crescendo com o mercado e em busca de inovações.

Muitas empresas acompanham pouco ou quase nada o mercado em que atuam. E o que é pior: não mensuram como estão atuando neste mercado, nem como estão sendo vistas e vendendo os respectivos produtos. Algumas são quase “invisíveis” para o mercado. Mas somente depois de uma análise clara de conhecimento da empresa é que será possível a adoção de práticas sustentáveis para o diferencial competitivo no mercado. E esses são os maiores desafios para aquele que é pequeno e quer se tornar grande.

A vitrine real
Às vezes é preciso colocar a empresa na mira do espelho, literalmente, para visualizar todo o seu contexto de forma a prepará-la para novos rumos em busca de oportunidades. E foi desta forma que a Viminas, indústria de vidros, tornou-se hoje absoluta no mercado capixaba e nacional. Começou há 26 anos no varejo de vidros, atuando apenas como vidraçaria, atendendo diretamente ao público consumidor.

“Com o passar do tempo, aprendemos que havíamos acumulado informações suficientes para modificarmos nossa trajetória e nos tornarmos atacadistas de vidros, atendendo às reivindicações dos vidraceiros da região. Mais tarde, adquirimos conhecimentos necessários para nos transformar em uma indústria e, a partir deste ponto, a empresa foi buscar novas técnicas, equipamentos, maquinários, treinamento de colaboradores, enfim procurou se capacitar para acompanhar a evolução do mercado”, contou o diretor-presidente da empresa, Maurício Silva Ribeiro.

De acordo com Maurício, a empresa está sempre atenta ao seu mercado, participa de feiras nacionais e internacionais, workshops, palestras, enfim, todos os eventos pertinentes ao seu negócio, visando aumentar o conhecimento em sua área e promover melhorias contínuas internamente.

“O mundo globalizado trouxe, no pacote, capacitados concorrentes internacionais. Diante deste cenário, alguns empreendedores se abateram. Prefiro pensar que, por outro lado, eles nos proporcionaram oportunidades de enxergarmos os nossos negócios de uma nova maneira. Pudemos repensar nossas empresas e modificar nossas trajetórias, aprender com esse novo mercado e promover melhorias. Podemos e devemos aproveitar este novo horizonte, encarar com seriedade, adquirir maior conhecimento, para, em seguida, mostrar nossa competência e consolidar nossa posição”, receita.

A objetividade no negócio leva o pequeno a se tornar grande. Essa também é a opinião do consultor em Estratégia Empresarial, professor da M. Murad/Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ricardo Franco Teixeira. Ele explica que algumas medidas adotadas pelas grandes empresas também são aplicáveis nas pequenas, mas nem sempre o empresário sabe como fazer. “Primeiramente, é preciso saber definir seus objetivos. Deixar claro como a empresa participa no mercado, ou seja, questionar: será que ele conhece de fato a sua empresa? O seu produto? Qual o futuro que deseja? Que tipo de cliente ele quer atender? E com todos esses objetivos claros, o empresário vai aproveitar as oportunidades no mercado. Afinal, elas existem para todos”, diz.

Mas o professor pondera que ao traçar uma meta para a empresa, principalmente se for ambiciosa, é preciso buscar metas intermediárias, com prazos definidos. “É preciso ter um tipo de métrica para saber se está chegando ao ponto a ser atingido ou redefinir outras ações para se chegar lá”, esclarece.

A conta-gotas
Com 26 anos de mercado, a Farmácia Mônica foi criada por um único proprietário, Delci Pereira da Silva. Rapaz humilde, que trabalhava como ajudante em uma pequena farmácia de bairro, ele foi convidado pelo dono a ser seu sócio. Aos 21 anos, comprou sua própria farmácia, no município de Serra, no Espírito Santo, e pouco tempo depois já inaugurava duas outras, na mesma cidade.

Em 2005, o empresário sentiu a necessidade de fazer uma análise para sistematizar as oportunidades e mudanças do mercado. Segundo a gerente administrativa da empresa, Donátila Spinelli Escovedo, daí surgiu o primeiro plano de ação estratégico abrangendo todas as frentes de trabalho da empresa, inclusive a reformulação da marca e das lojas. Desde então, são realizados planejamentos anuais.

“O mercado de farmácia está muito competitivo e nos últimos anos tem enfrentado forte concorrência com redes de outros estados, de grande porte. A busca pelo fortalecimento da nossa identidade é tarefa árdua e diária para todos os colaboradores. Cada vez mais as empresas devem conhecer muito bem a si mesmas, seus clientes e concorrentes, garantir a qualidade dos produtos e serviços e principalmente inovar. As empresas que apenas reagem aos concorrentes, sem inovação e diferenciais competitivos não sobrevivem”, analisa Donátila Spinelli.

‘Casa de ferreiro sem espeto de pau’
O consultor das áreas de marketing e planejamento estratégico, Ronald Carvalho, cita o grande mestre Peter Drucker, que escreveu que a primeira pergunta que uma empresa tem que responder é: “Qual é o nosso negócio?”. Depois, precisa renovar constantemente esta resposta.

“Fazemos isso usando a ferramenta que receitamos ao nosso cliente: planejamento estratégico. A base do nosso pensamento é a identidade, a consciência e o exercício da identidade, base do marketing contemporâneo. Por obrigação profissional, minha empresa, que tem hoje 30 anos de atividades, tem se reciclado continuamente”, conta.

No começo, como explicou, a empresa era uma consultoria de marketing, desenvolvendo projetos e planos na área, novos produtos, gestão comercial e outros. Depois, o consultor passou a desenvolver projetos estratégicos, de planejamento e gestão estratégica participativa.

“Hoje trabalhamos com tudo isso e mais a educação corporativa, inclusive educação à distância (e-learning), coaching e projetos de sustentabilidade. Ou seja, nos reciclamos e nos adaptamos às mudanças do mercado e da gestão contemporânea”, revela Ronald Carvalho.

E ainda de acordo com Peter Drucker, “a definição básica do negócio, sua finalidade e missão, devem ser traduzidas em objetivos. Se não, continuarão a ser visões, boas intenções e brilhantes epigramas, que nunca se transformam em realizações”. E para pontuar essa definição Ronald Carvalho complementa: “A moça que não sabe dançar diz que a orquestra é que é ruim”.

Uma versão atualizada
Mudar de comportamento não é necessariamente mudar de identidade. Isto serve principalmente para as empresas que já se posicionam bem no mercado. Mas manter-se no mercado não é fácil, o que faz necessária a busca constante de uma versão atualizada.

A gestora estadual do Programa Sebrae Mais/ES, Fabiane Falqueto Caliman, afirma que conhecer a própria empresa pode ser o maior desafio para muitos empreendedores, mesmo aqueles que já estão estabelecidos no mercado, tendo ultrapassado a “fase crítica” dos dois primeiros anos, quando a taxa de mortalidade de empresas é maior.

“Quando uma empresa cresce e se estrutura no mercado, o maior desafio é continuar avançando. Os obstáculos, por sua vez, são a concorrência (cada vez mais acirrada), a falta de tempo para planejar o futuro, a tomada de decisões de forma centralizada, isolamento no mercado (sem troca de experiências com outros empresários) e a principal delas: a necessidade de soluções que sejam práticas e imediatas” ressalta.

Lição de casa
Como conseguir isso? Segundo Fabiane Falqueto, buscando conhecimento e capacitação junto a instituições preparadas para atender a essas necessidades das microempresas e pequenas empresas, a exemplo do Sebrae, IEL-ES e outras.
E foi participando deste programa que o microempresário Antonio Nicola Brazolino, da Nicola Marcenaria & Design, localizada em Cariacica, conseguiu obter bons resultados no mercado, após elaborar sua estratégia de desenvolvimento.

“Ao participarmos do programa para empresas avançadas, elaboramos um plano de ação estratégico, para tornar nosso negócio mais competitivo. A empresa deu um importante salto para o seu crescimento, através das ações que têm sido colocadas em prática, refletindo-se em satisfação para antigos e novos clientes. O plano nos ajudou muito na passagem ‘do discurso para a ação’, através de ferramentas para aferição do desempenho, do cumprimento das metas e da análise do posicionamento em relação aos objetivos e resultados”, revelou Antonio Nicola Brazolino.

O mercado muda e é dinâmico. Os alvos também. Conseqüentemente, até mesmo as missões e visões. Hoje pode-se identificar a empresa que soube aproveitar as oportunidades e transformar-se, alcançando propósitos maiores. Oportunidades existem para todos, e para conquistá-las é necessário largar mão da inércia e dedicar-se a analisar seu negócio ‘com uma lupa na mão’, identificando se a empresa está apta internamente a competir e alcançar seu objetivo fim.

O mais importante é, após a análise crítica, emergir o posicionamento estratégico do empreendimento, concluindo exatamente o quadro em que o negócio é bom e lapidando-o sempre mais, fazendo as devidas correções de rumo para reforçar uma imagem positiva no mercado e consolidar-se entre as melhores.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA