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sexta-feira, 29 março, 2024

Sobre cores, campanhas e datas

Todo o esforço é válido para prevenção de doenças

Setembro amarelo, outubro rosa, novembro azul… Nos últimos tempos houve uma proliferação de campanhas de prevenção visando conscientizar a população sobre necessidade e ações para evitar males e doenças. Você pode estar se perguntando qual é efetividade de tais iniciativas se elas acontecem uma vez ao ano. Valeria a pena explorar um assunto para depois ele ser “esquecido”?

Vamos pegar como exemplo o Outubro Rosa. Criado em 1997, o movimento objetiva conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. Em 2018, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que 60 mil pessoas desenvolverão o mal. Pesquisas indicam que com medidas prevencionistas, as mortes de mulheres por câncer de mama caem mais de 40%.

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Então a resposta é sim, vale a pena. Qualquer esforço em prol de mais informação e conscientização do público-alvo que pode fazer com que quatro em cada dez pacientes sobrevivam à doença é bem-vindo. Pesquisa publicada na Revista de Ciências Humanas que buscava verificar a eficácia da campanha mostrou resultados muito positivos. Setenta e três por cento dos respondentes lembravam da iniciativa, 88% conheciam o tema e 90% o julgavam importante.

Mostra, ainda, que o público adota o comportamento desejado pela campanha. A continuidade desse comportamento, no entanto, depende do sistema de saúde; ou seja, de nada adianta sensibilizar se o paciente não consegue perpetuar o comportamento preventivo a partir do momento em que não tem acesso aos exames adequados, por exemplo. Mas a conscientização atingiu seu objetivo.

Qualquer esforço em prol de mais informação e conscientização do público-alvo que pode fazer com que quatro em cada dez pacientes sobrevivam à doença é bem-vindo.

Induzir a transformação social não é fácil. Hábitos arraigados aliados à desinformação são um obstáculo para se atingir a mudança pretendida. Mas, ao usar a mobilização para se chegar a mais e mais pessoas, os meses dedicados à saúde prestam um importante serviço à população: unem pessoas, empresas, organizações, governos em torno de ações estratégicas em prol da prevenção de doenças e da promoção à saúde.

Se considerarmos que o câncer vai matar 9,6 milhões de pessoas este ano no mundo todo e 18 milhões de novos casos vão ser diagnosticados, segundo dados da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc) podemos perceber que o esforço mobilizador em torno da campanha é válido.

A validade da iniciativa é mais expressiva ainda se considerarmos que as causas da doença são provenientes de estilo de vida e cultura: tabagismo leva ao câncer de pulmão e obesidade e álcool aumentam as chances de câncer de mama. Esses dois cânceres, associados ao de intestino, respondem por um terço das mortes pela doença.

Para diminuir a terrível estatística em que um em cada oito homens e uma em cada 11 mulheres morrem da doença, é preciso disseminar informações, alertar sobre os malefícios dos maus hábitos para a saúde, sensibilizar para a rotina de exames. Por isso, as campanhas são tão importantes, porque colocam em evidência dados estratégicos que podem mudar se não a realidade de muitos, a vida de outros tantos.


Cintia Dias é mestre em Marketing


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