Esperança é uma virtude, a força de conformidade com o bem, com a excelência moral ou de conduta
Por Robson Melo
O Terceiro Setor capixaba em 2024 tem tido muito bons sinais de esperança. Mas que esperança? A que vem do verbo esperançar, não do esperar.
Mário Sergio Cortella, filósofo e professor, ensina que esperançar significa ir atrás de algo, não ficar apenas esperando, ser capaz de imaginar que o horror pode ser derrotado, não se conformar, buscar o que é viável para fazer o inédito.
O trecho “… quem sabe faz a hora, não espera acontecer …” da canção “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, formou muitas lideranças num passado recente, dando o tom e o verso em seu papel na arte.
Esperança, portanto, é uma virtude, a força de conformidade com o bem, com a excelência moral ou de conduta.
E o porquê desta esperança capixaba?
Aqui no Espírito Santo, as entidades do terceiro setor vêm recebendo, cada vez, mais interlocutores que pensam num mundo melhor, especialmente, na defesa dos direitos humanos, civis, socais e ambientais.
O ESG, que resolvi definir de forma bem capixaba, como “ES Governança”, praticado pelas forças empresariais e dos poderes públicos, trouxe para o Estado o título de “Capital do ESG”. E esperançamos aqui porque, na esteira deste conceito de boa gestão e governança, o S do ESG é o que conecta o Terceiro Setor com os demais. A prática de responsabilidade social grassando nos negócios e políticas públicas é a nossa evidência.


O Fundo de Investimento Comunitário Capixaba – FIC, constituído para apoiar o desenvolvimento comunitário local, já em segunda chamada e que apoia 16 iniciativas, vem recebendo apoio de filantropos, cidadãos e empresas. Aqui não é só dar o peixe ou ensinar a pescar, é ir além, para socio-transformar. Mais uma de nossas evidências da esperança.
Um de nossos líderes capixabas do Terceiro Setor recebeu o reconhecimento como um “Líder Empresarial” em meio a outros dos demais ramos e setores deste segmento econômico Mais um fato esperançoso.
No 09/12/2024, o inédito estudo capixaba “A importância do Terceiro Setor no Espírito Santo” evidenciou a participação desse segmento no PIB capixaba com a parcela de 2,98% gerando empregos formais da ordem de 4,73% da força de trabalho no Estado.
Reúnem-se, unem forças e desenvolvem o Setor da Responsabilidade Social e Cidadania aqui no Estado várias entidades sociais filiadas à Fundaes, contando com expertises de gestão, contabilidade e marketing, genuinamente capixabas, bem como da Academia, ao mesmo tempo que colaboram com a formação e engajamento de novos profissionais.
Assim é inimaginável a sociedade sem tais instituições que promovem e executam as políticas, públicas e empresariais, dirigidas à parcela mais vulnerável da população.
É tempo de esperança, que se junta a outras virtudes tal como a fé e caridade, e assim de mãos dadas se elevam para entoar que “a vida devia ser bem melhor, e será” (Gonzaguinha em “O que é, o que é”, música da década de 1980).
… e será. É a esperança.
Robson Melo é Presidente Executivo da FUNDAES, a Federação do Terceiro Setor Capixaba