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sexta-feira, 19 abril, 2024

SFN está em ótimas condições para suportar crescimento, diz BC

Damaso, diretor de Regulação do BC, enumerou as medidas de liberação de liquidez e capital do BC

Por Eduardo Rodrigues (Agência Estado)

O diretor de Regulação do Banco Central, Otavio Ribeiro Damaso, disse nesta sexta-feira que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) está em ótimas condições para suportar crescimento do crédito nos próximos anos. “O sistema financeiro está hoje em uma posição sólida e superconfortável para ser a base e fomentar o cre scimento econômico nos próximos anos. Todos os testes de estresse que fazemos no Banco Central nos dão pleno conforto”, afirmou, em palestra sobre as “Bases para a retomada do crescimento da Economia Brasileira”, em evento promovido pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB).

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Ele enumerou todas as medidas de liberação de liquidez e capital tomadas pelo BC no ano passado, logo no começo da pandemia de covid-19. “O Banco Central foi superproativo no conjunto de ações que foram disponibilizadas para o setor financeiro, tentando eliminar qualquer fonte de ruído ou estresse no mercado que pudesse piorar ainda mais os efeitos da pandemia na economia O setor financeiro teve total conforto para atravessar o pior momento da crise e suportar o lado real da economia nos meses seguintes”, avaliou.

E completou: “Não faltou crédito e os recursos fluíram para todos”, enfatizou. Damaso considerou que o sistema financeiro estava bem equacionado e preparado para o crescimento da economia que era esperado no ano passado antes da pandemia. “Todas as instituições estavam bem posicionadas para surfarem em uma onda de crescimento, com boas provisões. Por isso, o sistema financeiro não trouxe nenhum estresse adicional para a crise.”

Também participando, o ex-presidente do BC e atual presidente do conselho de administração do Credit Suisse, Ilan Goldfajn, avaliou que o choque da covid gerou um quadro de queda da atividade e alta da inflação no País.

“Agora, temos um quadro de saída da crise da covid, houve uma recuperação forte”, disse Goldfajn. O economista prevê crescimento em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, com desaceleração da atividade em 2022, quando o PIB deve crescer 1,5%.

Segundo Goldfajn, a interrupção das cadeias produtivas globais e aumento dos fretes gerou inflação global, mas o Brasil experimentou choques próprios também na esteira de efeitos da política fiscal e monetária expansionista em 2020. Goldfajn afirmou ainda que haverá consequências de ruídos institucionais e fiscais para a atividade e a inflação. “Tudo isso faz com que você não consiga ter uma tranquilidade para que as expectativas de inflação venham a cair e a inflação caia no ano que vem”, disse. “Minha expectativa é de um ano de 2022 um pouco mais difícil.”

Atuação do BC

Meirelles afirmou que o Banco Central pode perfeitamente tomar decisões que desagradem ao presidente da República ou associações de classe, ainda mais com a aprovação formal de sua autonomia, que o equipara aos BCs de países mais avançados.

Contudo, ele alertou que o BC deveria evitar participar de eventos de confraternização de ministros do Planalto, o que pode ser um problema de sinalização. “Isso pode transmitir ideia errada de que BC estaria sujeito a pressões políticas”, disse, em referência à participação de Roberto Campos Neto em churrasco de comemoração pelo novo cargo de Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil.

Ilan Goldfajn destacou que as dúvidas sobre o futuro são naturais em um ano eleitoral, mas afetam expectativas, inclusive de inflação. A grande diferença, porém, no ano que vem, é que não há dúvida sobre o comando do BC a partir de 2023, já que a autonomia da autarquia determina mandatos fixos para o presidente e para os diretores do BC que não coincidem com o do chefe do Planalto. Campos Neto ficará à frente do BC até dezembro de 2024.

O economista ponderou, contudo, que a eleição presidencial pode ser polarizada e que as idiossincrasias brasileiras tendem a ser exacerbadas em momentos em que o exterior não é tão favorável. Nesse sentido, alertou que o juro no mundo já não deve ser tão baixo em 2022.

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