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quinta-feira, 18 abril, 2024

Setor já reage à crise, mas a passos curtos

Na contramão do impacto negativo, mercado de luxo multiplica vendas na quarentena

Desde o início da pandemia, o setor automotivo se viu impactado diretamente. Primeiro as fábricas tiveram de demitir seus funcionários na linha de montagem. Os estados, quase todos, precisaram parar a cadeia produtiva em um lockdown estratégico, na tentativa de conter a disseminação do coronavírus e novos casos da Covid-19.

Houve ainda uma drástica e repentina queda no número de veículos circulando nas estradas que, segundo estatísticas, chegou a quase 80%. A quantidade de veículos vendidos no primeiro semestre foi a mais baixa dos últimos 28 anos.

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O setor demonstra reação, mas agora enfrentar dificuldade de insumos, reflexo do período em que as fábricas estiveram fechadas. Mas, os números mostram que, mês a mês, há melhora nos indicadores, segundo dados do Anuário da Indústria de Reparação Automotiva 2020 – Sindirepa.

“O mercado vem, gradativamente, retomando bons patamares de venda”, destaca o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave),
Alarico Assumpção Júnior.


Setor em números

A quantidade de veículos vendidos no primeiro semestre foi a mais baixa dos últimos 28 anos. Mas no mês de outubro de 2020 de acordo com o levantamento, que tem como base os dados do RENAVAM (Registro Nacional de Veículos Automotores), foram comercializadas 332.888 unidades, ante 328.221, em setembro.
Na comparação com outubro de 2019 (367.599 unidades), a retração foi de 9,44%. Os números se referem a todos os segmentos automotivos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros).
Já no acumulado de janeiro a outubro de 2020, 2.465.396 veículos foram emplacados, o que representa retração de 25,74% sobre o mesmo período de 2019.
No ranking histórico (entre todos os meses de outubro, desde o início da série, em 1957), outubro/2020 está na 11ª posição e o acumulado está na 15ª colocação, na somatória de janeiro a outubro, comparada à mesma série histórica.
No Espirito Santo, acumulado do ano, foram quase 48 mil veículos vendidos de todos os segmentos, até outubro.

 


 

No entanto, apesar dessa recuperação, as novas projeções ainda apontam fortes quedas em todos os indicadores quando comparados há períodos anteriores à pandemia. A produção estimada para o fim do ano é de 1,915 milhão de unidades, queda de 35% sobre 2019 e o pior desempenho desde 2003.

A expectativa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para o mercado interno de veículos novos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) é de 1,925 milhão de unidades licenciadas no ano, queda de 31% e pior resultado desde 2005.

Nas exportações, estima-se o envio total de 284 mil unidades, 34% a menos que no ano anterior e pior volume desde 1999. Para o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias, as projeções são um pouco melhores, com crescimento de 5% nas vendas, mas quedas de 4% na produção e de 31% nas exportações.

Setor já reage à crise, mas a passos curtos
Somente do modelo Cayenne, cujo valor começa em R$ 459 mil, foram vendidas, até agosto 443 unidades

“Não deixa de ser um alívio diante do quadro que vislumbrávamos no começo da pandemia, e creditamos isso, sobretudo à gigantesca injeção de dinheiro feita pelo governo federal por meio do auxílio emergencial, que fez a economia girar de forma mais rápida do que o esperado”, explica o Presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. “Mesmo assim, teremos uma queda dramática de todos os resultados da indústria em 2020, ainda que o último trimestre seja razoável como foi o terceiro”, acrescenta.

Mercado de luxo

Em meio a um cenário de crise e transformações bastante aceleradas, quem trabalha no mercado de luxo, comercializando automóveis que custam acima de R$ 200 mil, não tem o que reclamar. De acordo com os dados do portal financeiro Infomoney, o segmento registrou vendas acima da média no período de quarentena.


Licenciamento de Veículos novos no Espírito Santo

AUTOS/COMMOTOSCAMINHÕES/ÔNIBUSIMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS E OUTROS TOTAL
MESES2019202020192020201920202019202020192020
Janeiro346129631487172117420025726353795147
Fevereiro326529731852188118821827122155765293
Março2 99425651805167723526621916652534674
Abril37881317183490427216525514961492535
Maio358917882162132728017223622962673516
Junho34711693183779427520918229257652988
Julho366128591813191030931327950160625583
Agosto347027341719204932821125440957715403
Setembro335433211911203241123628945059656039
Outubro373337372060205234127334553764796599
TOTAL3478625950184801634728132263258732175866647777

 

A Porsche bateu recordes de venda no Brasil. Somente do modelo Cayenne, cujo valor começa em R$ 459 mil, foram vendidas, até agosto 443 unidades. Já o Porsche 911, com versões que variam de R$ 519 mil a R$ 1.3 milhão, foram 600 unidades. E, certamente, o resultado anual trará um número significativo de novas vendas, considerando o Natal, data perfeita para presentes especiais.

E esse cenário positivo se estendeu a toda cadeia automotiva de luxo. De acordo com a corretora de seguros 3 SEG, que atende, aproximadamente, 60% do mercado no país, a procura por apólices para veículos de luxo cresceu 49% somente no primeiro semestre de 2020, chegando a R$ 500 milhões em valores assegurados.

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