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quinta-feira, 28 março, 2024

Setor encara desafios e fecha ano com chave de ouro

A falta de contêineres para a movimentação da mercadoria foi o maior problema enfrentado pelo segmento em 2021

Por Josué de Oliveira

Profissionais que costumam transformar mármores e granitos em criatividade, sabem o verdadeiro valor das rochas ornamentais. Designer de interiores, Léo Cerrate destaca que essas pedras representam requinte e durabilidade ao imóvel.

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“Oito de cada dez clientes fazem questão das rochas, no mínimo, em suas bancadas e, os outros dois, optam por tendências artificiais, como o silestone”, esclarece.

Por essa e outras razões é que, mesmo com a falta de espaço para contêineres em navios, o setor de rochas ornamentais, no Espírito Santo, encerrou 2021 com motivos para comemorar.

Já no fechamento do terceiro trimestre, o comportamento sinalizava os rumos do mercado. As exportações evoluíam 32,98%, em comparação a igual período de 2020, acumulando em vendas diretas 768,6 milhões de dólares e 1.329 mil toneladas de produtos minerados.

Destaque para as vendas de chapas e outras peças de granito e similares, alavancando um crescimento de 34,6%, frente ao mesmo período de 2020. A pequena queda registrada nas exportações capixabas em setembro de 2021, frente a setembro de 2020, foi atribuída às dificuldades para escoar a exportação.

Setor encara desafios e fecha ano com chave de ouro
No mês de setembro, o estado foi o maior exportador de rochas ornamentais do país. Foto: Leonel Albuquerque

Ainda assim, em setembro passado, o Terminal de Vila Velha registrou o maior volume de embarque de contêineres de rochas ornamentais dos últimos 45 meses (janeiro/2018 a setembro/2021), superando a marca das 5.100 unidades.

Desafio do ano

O maior desafio do ano foi a falta de contêineres e espaço em navios. De uma forma bem mais amena e de curta duração, essa questão já ocorre há alguns anos, mas nem se compara ao que se viu em 2021.

Desde o último trimestre de 2020, pelo menos, o setor observa a falta de espaço em navios e a não disponibilidade de contêineres para fluir suas exportações. Uma questão que está muito mais relacionada ao desequilíbrio do fluxo de importações/exportações do que à falta desse equipamento. Ou seja, os contêineres existem, mas não estão disponíveis em determinados locais, o que exige a movimentação de unidades vazias para atender a demanda. Mas esse deslocamento depende da disponibilidade de espaços nos navios.

Setor encara desafios e fecha ano com chave de ouro
Fonte: Sindirocha/Centrorochas

Perdas

Somente no Espírito Santo, de julho a dezembro deste ano, a perda acumulada ficará na ordem de US$ 100 milhões, segundo dados estimados pelo Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), entidade que representa o setor em nível nacional.

Os impactos referentes à falta de contêineres e espaço em navios para escoamento das exportações foram unânime entre as empresas participantes, mostra uma pesquisa realizada em setembro, numa parceria entre Sindirochas e Centrorochas.

Setor encara desafios e fecha ano com chave de ouro
Foto: Divulgação/Reprodução

“Metade dos associados, embora com capacidade produtiva, deixou de exportar volumes entre 16% e 40% do que teriam condições. Outros 20% perderam a oportunidade de embarcar entre 11% e 15% de sua produção. Também houve registro de 5% entre os respondentes, de possibilidades não concretizadas e de perdas acima de 50%”, destaca o presidente do Centrorochas, Tales Machado.

A expectativa de organizações nacionais e internacionais que integram o sistema de comércio exterior é de que a situação, com intensidade variada, ainda deverá ser sentida, pelo menos até o primeiro ou segundo semestre de 2022.

Líderes nas exportações

Espírito Santo e Minas Gerais são os maiores exportadores do Brasil. No fechamento do terceiro trimestre de 2021, o setor registrou grande evolução nas exportações (32,92% entre janeiro-setembro), quando comparado com igual período de 2020, acumulando em vendas diretas 934,1 milhões de dólares e 1.750 mil toneladas de produtos exportados pelo país.

“Acompanhando o movimento brasileiro, o Espírito Santo evoluiu, entre janeiro e setembro de 2021, 32,98% em valor ($) e 3,54% em peso (T) nas exportações de rochas naturais, o que mostra um crescimento orgânico em valor agregado dos materiais exportados de 28,43% no preço médio ($/T), alcançando 578,01 $/T em 2021 frente a 450,05 $/T em 2020”, explica o presidente do Sindirochas, Ed. Martins Minas Gerais, impulsionado pelas vendas de ardósia (36,1 milhões de dólares) e granito cortado em blocos ou placas (32,7 milhões de dólares), assume a segunda posição nesse ranking e obteve um crescimento em 2021 de 26% em faturamento comparado ao ano anterior.

Em seguida vem o Ceará, acumulando um total de 29,0 milhões de dólares em exportações no período analisado, destaque para o envio de quartzitos (em bruto ou desbastados), que acumula uma receita de 11,2 milhões de dólares em exportações no ano de 2021 até setembro, ou seja, 38,6% do total exportado pelo referido estado.

Setembro acumulou ótimo resultado em 2021, totalizando 102,3 milhões de dólares em exportações de rochas e com o melhor preço médio em $/T, 562,24 mostrando que o setor segue com resiliência e otimismo para o fechamento do ano, podendo-se estimar que, mantido o percentual de crescimento do acumulado janeiro a setembro/21 em relação a 2020, o setor deverá alcançar algo em torno de US$ US$ 1,31 bi, nacionalmente.

Setor encara desafios e fecha ano com chave de ouro
Foto: Divulgação/Reprodução

Esse valor é recorde no setor de rochas ornamentais, superando o melhor resultado obtido em 2013, de 1,30 bi. A mesma projeção aponta o Espírito Santo alcançando a marca de US$ 1,08 bi de exportações em 2021.

O mercado americano permanece na liderança dos nossos compradores, alcançando, aproximadamente, 61,5% das exportações (574,45 milhões de dólares). Estratificando por produtos manufaturados, os EUA ampliam ainda mais a supremacia das exportações brasileiras, acumulando 77,3% (569,86 milhões de dólares).

Em setembro, o Espírito Santo manteve-se como maior exportador do Brasil com 81,98 milhões de dólares, concentrando aproximadamente 80,11% de todos os materiais enviados para o exterior, destes, 64,8% tiveram os Estados Unidos como destino.

Minas Gerais vem na sequência como segundo maior representante brasileiro do setor, concentrando aproximadamente 11,7% das exportações elevando ainda mais a força das ardósias brasileiras, nos mercados chinês e norte-americano.

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