Participaram como testemunhas, o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa; e o professor de Direito da Uerj, Ricardo Lodi Ribeiro
O julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, entrou no seu terceiro dia com os depoimentos do ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa; e do professor de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Lodi Ribeiro, que falaram em defesa de Dilma como testemunha e informante, respectivamente.
Os depoimentos tiveram início às 10h. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que presidiu o julgamento, acatou pedido de senadores contrários ao impeachment e aceitou o horário com a condição de que não houvesse pausa nos depoimentos para almoço, como ocorreu nos dias anteriores.
Foram ouvidos nessa sexta-feira (25), o economista Luiz Gonzaga Belluzzo; o professor de direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Geraldo Luiz Mascarenhas Prado; e o ex-secretário-executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa. Já na quinta-feira, foram colhidos os depoimentos do procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira e do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Antônio Carlos Costa D’Ávila Carvalho.
Os dois primeiros dias foram marcados por bate bocas e acusações. A confusão teve início após a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) afirmar que nenhum senador ali presente tinha condições morais para julgar o afastamento permanente de Dilma. “Aqui não tem ninguém com condições para julgar ninguém. Qual a moral do Senado para julgar uma presidente da República?”, disse.
A declaração foi logo interrompida pela manifestação de outros senadores, entre eles, Ronaldo Caiado (DEM-GO), que rebateu dizendo que a senadora é investigada pela Polícia Federal. O bate-boca fez com que Lewandowski suspendesse a sessão.
No segundo dia as discussões continuaram quando o petista Lindbergh Farias (RJ) pediu a palavra e atacou o democrata Ronaldo Caiado. “Esse senador que me antecedeu é um desqualificado. O que ele fez com a senadora Gleisi é de covardia impressionante, dizer que tentou aliciar testemunha”, afirmou o petista.
Em seguida foi a vez do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) esquentar o clima, lembrando da declaração feita por Gleisi Hoffmann um dia antes. “Esta sessão é uma demonstração de que a burrice é infinita. A senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer que o Senado não tem condição moral de julgar a presidente”, afirmou.
Na ocasião, Renan Calheiros Renan lembrou que Gleisi e o marido, o ex-ministro das Comunicações do governo Dilma, Paulo Bernardo, foram indiciados por corrupção passiva na Operação Lava Jato. Os dois são acusados de receber propina de contratos oriundos da Petrobras.
O dia mais aguardado do julgamento final do impeachment acontece na próxima segunda-feira (29), com a presença da presidenta afastada, Dilma Rousseff, que irá enfrentar as perguntas dos senadores. Ela virá acompanhada de ex-ministros, presidentes de partidos aliados, assessores diretos e pessoas próximas, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os ex-ministros Aloízio Mercadante, Jaques Wagner, Patrus Ananias e Miguel Rosseto também deverão estar presentes, assim como os presidentes do PT, Rui Falcão; do PC do B, Luciana Santos; e do PDT, Carlos Lupi.
Fotoa: Edilson Rodrigues/Agência Senado