Retorno das atividades, após as restrições da pandemia, pode ser afetada pela geração de energia. País passa por situação de crise hídrica e elétrica
Por Samantha Dias
A retomada gradual da economia, com o afrouxamento das restrições impostas pela pandemia da covid-19 e a permissão de mais atividades no comércio e horário ampliado, esbarra na geração de energia e pode agravar a situação de crise hídrica e elétrica no Brasil.
O consumo de energia elétrica no Espírito Santo teve aumento de 15% na primeira quinzena de junho. A região, que já tinha registrado aumento de 20% em maio, consumiu nas duas primeiras semanas desse mês 1.485 megawatts médios. Os dados são preliminares e fazem parte do novo Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
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Na avaliação da Câmara, o avanço na demanda por eletricidade é reflexo da recuperação do recuo no consumo no ano passado, por causa da pandemia de covid-19.
Os reservatórios do país estão com níveis baixos e está mais caro produzir energia. Reflexo disso é a aplicação da bandeira vermelha (patamar 2) nas contas de energia elétrica. A Aneel informa em seu site que “com as bandeiras tarifárias, o consumidor ganha um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. Ao saber, por exemplo, que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo e diminuir o valor da conta (ou, pelo menos, impedir que ele aumente)”. Porém, o aumento no consumo de eletricidade pelos estabelecimentos, que tanto esperaram pelo retorno das atividades, pode ser um risco para a economia de eletricidade.
A alta foi maior no mercado livre, onde estão os consumidores de alta tensão, como indústria e shoppings. Nesse segmento a alta foi de 35,2%. Os setores que mais demandaram foram extração de minerais metálicos (+72%), serviços (+51%) e saneamento (36%). O mercado regulado, onde estão os pequenos comércios e empresas, juntamente com os consumidores residenciais, o consumo teve avanço de 5,1%