O corte de benefícios promovido pela reforma da Previdência vai reduzir poder de compra e retirar recursos financeiros de circulação, segundo a profissional
Mais desemprego e retração econômica com a virtual aprovação em Brasília da Reforma da Previdência. Essa foi a constatação da economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Tamara Siemmann Lopes, em palestra realizada na Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa na última quarta-feira (14).
“O que o governo está fazendo com a reforma da Previdência é diminuir a demanda da economia, retirando recursos financeiros de circulação”, avaliou ao citar a redução de benefícios, como a diminuição nos valores de pensões e aposentadorias.
Segundo a economista, esse fenômeno econômico repercutirá na diminuição do poder de compra dos assalariados, aposentados e pensionistas, gerando efeito cascata na economia, com retração no setor produtivo, no comércio e nos serviços.
“Esse enxugamento (de recursos) teria de ser compensado com investimentos na produção, mas as expectativas são péssimas com a economia global em desaquecimento”, pontuou.
Tamara Lopes acrescentou que o discurso pela aprovação da reforma previdenciária repete “o mesmo equívoco” do adotado para a aprovação da reforma trabalhista no governo Temer, em 2017, no sentido de que os investimentos iriam baratear o custo do trabalho.
“Já passamos quase dois anos da reforma trabalhista e o que a gente vê é o contrário: aumentou o trabalho desprotegido, as dificuldades da economia só se acentuam, o que nos leva a concluir que é falso o discurso de que é indispensável retirar direitos para gerar mais empregos”, afirmou Lopes.
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