Além do Espírito Santo, 12 Estados brasileiros aderiram à greve que já atingiu mais de 20 bases operacionais em todo país
Petroleiros do Espírito Santo realizaram uma manifestação nesta quarta-feira (05), na frente da sede da Petrobras, localizada na Avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória. Durante o protesto, os participantes distribuíram cupons de descontos no valor de R$ 40 para abastecimento de combustível.
O trânsito flui normalmente. Nenhuma das vias está interditada, de acordo com a central de videomonitoramento de Vitória.
A manifestação começou na última semana e foi aderida por 12 Estados brasileiros. E já atingiu mais de 20 bases operacionais em todo país. Além disso, no Norte do Estado cerca de 200 profissionais não estão exercendo suas funções.
Greve
Este é o quarto dia de greve. Com a adesão de petroleiros de 14 plataformas da Bacia de Campos e de outras unidades pelo país, já chega a 17 mil o número de trabalhadores do Sistema Petrobrás que aderiu à greve nacional promovida pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos.
O movimento começou no último sábado (1º), por tempo indeterminado, e contabiliza 35 bases, em 12 estados. A greve é motivada pela decisão da Petrobras de fechar a Fábrica de Fertilizantes (Fafen) do Paraná e pelo descumprimento pela empresa de cláusulas e negociações firmadas no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Por meio de nota a FUP esclarece que mantém a greve e que seu Departamento Jurídico está avaliando o despacho emitido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) nessa terça-feira (04). Em resposta a um pedido de liminar da Petrobrás, o ministro Ives Gandra determinou que a categoria mantenha 90% do efetivo profissional em atividade. Além disso, que “abstenham-se de impedir o livre trânsito de bens” nas instalações da empresa, o que vem sendo garantido pelos petroleiros desde o início da greve.
Reivindicações
A nota enviada à imprensa pela FUP informa, ainda, que a instituição reivindica a suspensão imediata do programa de demissões de 1 mil funcionários da Fafen-PR, comunicado pela Petrobras e que, segundo a empresa, será iniciado em 14 de fevereiro. As demissões ferem a cláusula 26 do Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que determina que qualquer demissão em massa deve ser negociada previamente com os sindicatos, o que não ocorreu.
Além disso, os petroleiros querem que a Petrobras estabeleça todos os grupos de trabalho (GTs) determinados no ACT para negociar pontos que não foram consensuais entre a empresa e a categoria. Esses pontos envolvem a tabela de turno dos trabalhadores da Petrobrás; o banco de horas; o plano de saúde; e a participação nos lucros e resultados (PLR). Ainda que já tenha aberto alguns GTs, a empresa tem tomado decisões por conta própria, sem o devido diálogo com os sindicatos nesses ambientes, como determinado pelo ACT.