A proteção dos mananciais é de extrema importância para a sustentabilidade do planeta, o bem-estar das gerações futuras e um dever de toda a sociedade
Por Luiz Fernando Schettino
Diante das mudanças climáticas e da crescente demanda por água, pelo crescimento populacional e das atividades socioeconômicas, a proteção dos mananciais hídricos é de extrema importância para a sustentabilidade do planeta e o bem-estar das gerações atuais e futuras; e um dever de toda a sociedade!
É momento de reflexão, de se aprimorar a proteção dos mananciais hídricos, adotando-se medidas eficazes, conjuntamente, sociedade e governantes, para proteger e cuidar das águas, além das obrigações legais. Isso pode ser feito de forma simples e com baixo custo, com ações que trazem bons resultados, se bem executadas, tais como: Ampliar a conscientização sobre a importância dos mananciais hídricos, via educação ambiental, com programas permanentes, nas escolas e fora delas, de forma a ensinar práticas sustentáveis e promover o respeito pela água e demais recursos naturais e reforçar o conceito de que são recursos limitados e vitais em todos os aspectos.
Tornar as leis respeitadas e efetivas, por meio de uma fiscalização ética e com acompanhamento da sociedade, que de fato ajude na proteção dos mananciais hídricos, e cujas sanções tenham caráter mais pedagógico para mudar comportamentos de quem desrespeitar as normas de preservação das águas/biodiversidade/demais recursos naturais.
Realizar a gestão integrada de recursos hídricos, que envolve o planejamento, o monitoramento, a fiscalização, a educação ambiental e a aplicação eficaz das normas, visando a uma utilização racional dos recursos hídricos, considerando todos os aspectos do ciclo da água e suas interações com o meio ambiente e a sociedade.
Usar tecnologias e inovações para reduzir o desperdício de água e promover o reuso da mesma, incluindo nesse rol sistemas de irrigação eficientes, tratamento e reciclagem de águas residuais e práticas de captação de água das chuvas, tanto em âmbito doméstico quanto em quaisquer atividades socioeconômicas.
Preservar e restaurar as áreas ao redor dos mananciais para manter a qualidade das águas e sua perenidade. Manter e recuperar matas ciliares, evitar o uso indevido de agroquímicos e respeitar as áreas de preservação permanente (APPs), bem como realizar reflorestamentos ambientais, conservação dos solos e criar áreas protegidas.
Envolver as comunidades na gestão dos mananciais, levando moradores e empreendedores locais a terem maior responsabilidade na proteção das águas, em consonância com os poderes públicos. Incrementar a participação nessas ações dos comitês de bacias hidrográficas, instituições que possuem base legal e formas eficazes de promover a participação comunitária e o uso racional dos recursos hídricos.
Buscar parcerias e colaborações, entre governos, organizações não governamentais, empresas e cidadãos, o que é essencial para uma gestão eficaz dos recursos hídricos, pois podem facilitar compartilhamento de conhecimento, somar esforços e recursos e ampliar a celeridade e o alcance das ações. E isso, feito com base no conhecimento científico e em estudos para se entender melhor os ecossistemas aquáticos e suas interações com as demandas socioeconômicas, o que é crucial para a sustentabilidade em médio e longo prazos.
Enfim, aprimorar a preservação das águas é um desafio necessário e permanente, que requer ação e comprometimento que envolva todos os atores sociais de forma constante visando a realizar esforços conjuntos e uma abordagem holística, para garantir que as águas, a biodiversidade e demais recursos naturais estejam disponíveis para as gerações presentes e futuras.
Luiz Fernando Schettino é engenheiro florestal, Mestre e Doutor em Ciência Florestal e ex-secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.