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sexta-feira, 29 março, 2024

Projetos inovadores capixabas são contratados por gigante petroleira

Das cinco oportunidades, duas foram conquistadas por empresas do Estado

O estado do Espírito Santo conquistou duas das cinco vagas para projetos de inovação da gigante espanhola/chinesa em produção de energia, Repsol Sinopec. A Mogai e a Factum desenvolverão projetos ligados à exploração de petróleo em águas profundas.

O desafio foi desenvolver novas soluções tecnológicas para o setor, por meio de técnicas da inteligência artificial, equipamentos robóticos, modelagem computacional ou digitalização. A Mogai apresentou uma câmera 3D submarina para inspeções dimensionais em cascos ou equipamentos submersos. Já a Factum foi contratada com o projeto de sistema de inspeção “SNAIL” para obtenção de dados em ambientes confinados.

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As empresas selecionadas vão desenvolver os seus projetos, no período de 12 meses, com custo de financiamento de até R$ 866.666,67 dos quais R$ 266.666,67 foram aportados por meio de bolsas e R$ 600.000,00 serão disponibilizados em formato de horas técnicas de especialistas e uso de infraestrutura do Senai Cimatec – localizado em Salvador, na Bahia -, entre outros.

Pioneira na abertura de mercado e na exploração no pré-sal brasileiro, a Repsol Sinopec é uma das empresas que mais produzem petróleo e gás no Brasil. No início do ano, a empresa lançou o edital “Desafio da Digitalização” com o objetivo de superar desafios do setor, encontrar soluções que possibilitem a redução de custos, otimizar tempo, ampliar a segurança e reduzir os impactos ambientais.

O Desafio da Digitalização faz parte do Edital de Inovação para a Indústria, uma iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), do Serviço Brasileiro de Apoio à Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Social da Indústria (Sesi). Desde da criação do edital, em 2004, já foram selecionados mais de mil projetos inovadores, com investimentos que superam os R$ 545 milhões.

Participaram da seleção startups de base tecnológica, micro ou pequenas empresas e o Micro Empreendedor Individual (MEI). Acelera Cimatec e Senai Cimatec são apoiadores do Desafio da Digitalização e ajudaram na seleção dos 50 projetos, aproximadamente, na primeira etapa do edital.

A seleção aconteceu no Rio de Janeiro, local onde as startups apresentaram um pitch de 10 minutos e passaram por uma sabatina realizada pelo setor técnico responsável da Repsol e o da Cimatec. A entrevista selecionou 11 projetos, dos quais, apenas 6 passaram para a próxima etapa e os escolhidos, enviados para a matriz da empresa, na Espanha. Após análise minuciosa, a Repsol Sinopec apresentou os cinco projetos vencedores.

Apresentação do projeto vitorioso da Factuam

João Carlos Telles, sócio proprietário da Factum, destaca que para avançar na realização das competências da inovação de alto desempenho é necessário que as empresas do estado tenham uma prática colaborativa e de composição. Para ele, é muito difícil uma mesma empresa trabalhar com robótica, com captação de imagens e desempenho de testes não destrutivos. São empresas distintas e a composição possibilita a conquista de grandes projetos.

“Foi graças a uma palestra com a Repsol Sinopec e a Cimapec, realizada pelo Sindicato das Empresas de Informática no Espírito Santo (Sindinfo) e o Senai, que o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) apresentou a Factum a uma empresa de processamento de imagens. A partir desse fato foi possível utilizar o robô desenvolvido pelo Ifes, unir as empresas e atender a demanda proposta pela Repsol”, explicou o gestor.

Ainda segundo Telles, o capixaba está acordando para o coletivo e isso pode viabilizar grandes conquistas. “É muito significativo esses ambientes de networking e conexão entre as empresas capixabas, são através deles que as tecnologias disponíveis no estado são conhecidas e conectadas. Esse é o principal ganho da inovação, realizar grandes negócios”, finaliza.

Já a Mogai vai adaptar a sua câmera 3D, que utiliza a visão computacional e a inteligência artificial, para uma versão submarina. A empresa já é reconhecida pela tecnologia da câmera 3D que permite medir pilhas de minério e outros granulados. É sócia da startup Olho do Dono que usa os mesmos fundamentos tecnológicos para pesar 250 bois em 20 minutos.

Projetos inovadores capixabas são contratados por gigante petroleira
Franco Machado – CEO de uma das empresas contratadas, a Mogai Tecnologia (Foto – Jackson Gonçalves)

A Mogai também está presente no mercado de mármore e granito com a Stone Eye, nova startup da qual é sócia. “O Espírito Santo vem se destacando em inovação tecnológica e a conexão entre as empresas é peça chave para esta notoriedade. Vale lembrar que o papel que Sindinfo vem desempenhando ao longo dos anos, por intermédio de seus eventos e ações, é fundamental para que o setor avance”, destaca Franco Machado, CEO da empresa.

Franco lembra que outros setores também se destacam após a união de outras empresas capixabas de tecnologia. “Sem dúvidas a cooperação entre as empresas de diferentes setores possibilita a realização de projetos inovadores e podemos potencializar isso em setores como o de rochas ornamentais e metal mecânico, que podem ter ganhos de produtividade imensos com uso de novas tecnologias”, destaca.

Repsol Sinopec

Em 2010, a empresa espanhola Repsol (60% de participação) se uniu a chinesa Sinopec (40%). Hoje, é umas das maiores empresas internacionais, maior do que a Petrobras, por exemplo. A Companhia tem o Brasil como uma das áreas estratégicas para o grupo a nível mundial e considera o pré-sal brasileiro uma das áreas petrolíferas mais promissoras do mundo.

Recentemente, a empresa Repsol Sinopec arrematou, sozinha, o bloco C-M-795, na Bacia de Campos, por R$ 9,5 milhões; e o bloco C-M-825, por 12,3 milhões, em sociedade com a Chevron (40%), no 16° leilão promovido pelo Brasil nas áreas do pré-sal, na Bacia de Campos.

Já na Bacia de Santos, o consórcio formado pela americana Chevron (40% de participação), pela espanhola Repsol (40%) e pela alemã Wintershall (20%) arrematou o bloco S-M-766, na Bacia de Santos, por R$ 54,1 milhões.

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