O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) vai investir R$ 1 milhão no Programa capixaba de crédito produtivo, o Creditar, e mais R$ 100 milhões no Programa Nossocrédito em 2012 para atender a 16.500 clientes que precisam de um empurrãozinho para desenvolver cada vez mais seu negócio.
As projeções para este ano, apresentadas em entrevista coletiva nesta segunda-feira (27), mostram que o microcrédito vai continuar sendo uma das principais ferramentas para manter um desenvolvimento regionalmente equilibrado no Espírito Santo.
Em 2011, mais de 15 mil microempreendedores formais e informais de todo o Estado receberam apoio pelos programas Nossocrédito e Creditar. São mais de R$ 71,5 milhões investidos na economia capixaba pelos dois programas do Governo do Estado.
Atualmente, o microcrédito compõe a base do sistema de financiamentos do Bandes, junto com o crédito direcionado para produtores rurais de base familiar. Grande parte dos recursos financiados pelos dois programas é empregada em investimentos de ampliação e reforma de empresas formalizadas ou não, além de ajudar na compra de equipamentos e matérias-primas que alavancam os negócios dos empresários.
Com 120 agentes espalhados por todo o território capixaba preparados para atender aos empreendedores que precisam de recursos para investir ou capital de giro, o Nossocrédito funciona por meio de uma parceria entre Bandes, Banestes, Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), prefeituras e Sebrae-ES.
Em Itarana, o dono da oficina mecânica “Casagrande Motopeças”, Gilmar Rogge, já pegou dois financiamentos pelo Programa, o último deles liberado no fim de 2011. Com o dinheiro, Gilmar pôde investir na compra de uma moto e de ferramentas. “Foi ótimo. Com os investimentos eu consegui melhorar o serviço. Agora rende mais”, explicou o empreendedor. “Eu descobri a linha de crédito com a visita de agentes do Nossocrédito que visitaram minha oficina. Gostei demais, os juros são muito baixos”, completa.
Para conseguir o financiamento, basta estar produzindo no município há mais de seis meses, no setor formal ou informal e residir no mesmo município há mais de dois anos, ou pelo menos ter seu negócio estabelecido há mais de dois anos no local; ter o nome limpo no Serasa e no SPC; ter renda bruta menor que R$ 240 mil nos 12 meses anteriores à data da solicitação do financiamento, e apresentar avalista.
Se você está produzindo há mais de seis meses, no setor formal ou informal, e reside no mesmo município há mais de dois anos, ou pelo menos tem seu negócio estabelecido há mais de dois anos no local, você pode ter acesso a um financiamento do Nossocrédito. O Bandes possui colaboradores capacitados em todos os municípios do Espírito Santo, basta procurar a Agência Nossocrédito mais próxima de você ou ligar para o Bandes Atende, no 0800 283 4202 ou acessar o site www.bandes.com.br para se informar sobre os telefones e os endereços das agências.

Condições operacionais Nossocrédito
Valores: de R$ 200 a R$ 7,5 mil;
Taxa de juros: 0,9% ao mês; Prazos: até 12 meses para capital de giro; ou até 24 meses para investimento fixo;
Prazo de carência: até 3 meses.

Creditar
Fruto de uma parceria entre Bandes, Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes), Banestes, Sebrae-ES e Rede Capixaba de Bancos Comunitários, o Programa Capixaba de Crédito Produtivo (Creditar) é um programa com funcionamento parecido com o Nossocrédito, só que voltado para um segmento que possui menos acesso ao sistema de crédito tradicional.
Lançado em 2011, o programa disponibiliza crédito de até R$ 1 mil para investimento fixo ou capital de giro, pagos em até 24 meses, com juros de 1% ao mês, para comunidades em vulnerabilidade social por meio dos bancos comunitários: Bem, Sol, Terra e Verde Vida. Em seu primeiro ano de funcionamento, o programa atingiu a marca de 100 operações de crédito. Em 2012, o Bandes busca atingir a marca de mil contratos.
Um diferencial do Creditar é que a própria comunidade avalia se a pessoa pode ou não ter o direito de pegar o dinheiro.
Em Terra Vermelha, Vila Velha, Angelino Domingos dos Santos Neves buscou o Banco Terra para comprar materiais para sua lanchonete, que fica em frente ao posto de saúde do bairro. O dinheiro saiu no fim do ano passado e Angelino conseguiu aumentar sua produção. O empresário gostou tanto que até indicou para vários amigos. Agora, Angelino pensa em outras linhas de financiamento para poder instalar a lanchonete no terreno de sua casa: “Quero pegar outro crédito, para sair do aluguel”.