O Espírito Santo tem regiões com condições diferenciadas de clima e solo, que propiciam o cultivo da uva em vários municípios
Por Munik Vieira
Os municípios de Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina, Domingos Martins, Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Conceição do Castelo e Alfredo Chaves se destacam nesse contexto.
Atualmente, cerca de 38 municípios abrangem o Polo de Vitivinicultura (cultura da uva) no Estado, responsáveis por uma área plantada de 175 hectares, com uma produção de 2,5 mil toneladas de uvas. Desse total, 1,9 mil toneladas do fruto são destinadas para comercialização de uvas de mesa (frutos “in natura”) e 550 toneladas para a produção de vinho e suco. Estão envolvidos nessa cadeia produtiva 564 propriedades de base familiar.
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Alfredo Chaves
Famílias rurais de Alfredo Chaves, na região sul do Estado, têm comemorado o desenvolvimento da produção de uvas nas propriedades. Para isso, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) não tem poupado esforços em assistir os produtores que já iniciaram a poda das videiras para as próximas safras de 2021 e 2022.
Tradicionalmente, no município, a época de poda das videiras já ocorreu nos meses de julho e agosto, período em que as plantas apresentam o “choro” após o corte dos sarmentos, indicando que as raízes já estão ativas e absorvendo água do solo. Das uvas produzidas, a maioria é de variedades voltadas para o consumo de mesa e fabricação de vinho ou suco como, Isabel, Isabel Precoce, Niágara Rosada, Vitória, Carmen, Violeta e Bordô.
Cultivada há mais de cem anos pelos italianos, a fruta já está presente em cerca de 15 propriedades no município, com altitudes que variam de 250 a 1.036 metros, localizadas nas comunidades de São Bento de Urânia, São Francisco de Urânia, Córrego da Fortuna, Rio Novo de Matilde, Iriritimirim, Ibitiruí e Cachoeira Alta.
É o caso da família do senhor Hercílio Antônio Krohling, que mora no Sítio Três Lagoas, localizado no distrito de Iriritimirim. Há pouco mais de dois anos, em uma área de 2.1 hectares, a família reserva um espaço exclusivo para a produção de uvas, com 120 pés das cultivares conhecidas popularmente como Niagara Rosada e Isabel Precose, ambas voltadas para o agroturismo local e para consumo próprio.
“Eu sempre fui cafeicultor e esse investimento era um sonho antigo e que agora eu fico emocionado em dizer que realizei e que finalmente está dando certo. Isso tem mudado a nossa vida para melhor. Temos recebido muitos turistas por aqui, fora o esforço que eu faço, que é menor comparado ao café e isso tem me deixado mais tranquilo”, disse o produtor.
Em 2020, eles venderam uma média de 700 Kg de uvas para famílias locais e turistas de toda a parte. No mês de dezembro a família irá comemorar o seu segundo ano de produção. “A expectativa é na próxima safra alcançar, no mínimo, mil quilos de uvas colhidas para a venda local”, afirmou o senhor Krohling.