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quarta-feira, 24 abril, 2024

Prévia da inflação fecha 2021 em 10,74% e é a maior em 06 anos

Economista no Espírito Santo, Ricardo Paixão, faz alerta aos capixabas sobre o início de 2022 

Por Amanda Amaral 

A prévia da inflação oficial do País, o IPCA-15, desacelerou seu crescimento entre novembro e dezembro, quando subiu 0,78% frente aos 1,17% do mês anterior. Contudo, no acumulado do ano, como previam os especialistas financeiros, ele fecha na casa dos dois dígitos (10,42%). É o maior em 06 anos. 

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“O início de 2022 vai ser de grande sacrifico para os capixabas. Com a prévia da inflação alta e também a alta dos juros, além do desemprego em nível considerável, a população vai ter que fazer malabarismo para dar conta do orçamento cada vez mais apertado”, afirmou o economista do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES), Ricardo Paixão.

Este é o maior acumulado do ano (em dezembro) desde 2015 (10,71%). Em dezembro de 2020, o IPCA-15 foi de 1,06%. O acumulado trimestralmente da prévia da inflação ficou em 3,18% para o período de outubro a dezembro.

Desemprego e Incertezas 

A taxa de desemprego referente ao 3º trimestre de 2021 é de 12,6%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que na opinião de Paixão também se apresenta como outro grave problema para as famílias frente à inflação.

“Para garantir os empregos, a jornada de trabalho foi reduzida durante a pandemia, mas trouxe efeitos colaterais, pois houve redução da renda desse trabalhador, comprimindo o orçamento que já estava no limite. Isso gera muitos endividados e os gastos ficam limitados a comprar o básico. O Brasil precisa de um projeto para gerar renda ao trabalhador. A taxa de desemprego é considerada elevada”, disse o economista.

Paixão também lembra de que 2022 traz incertezas quanto ao ambiente político, em razão das eleições majoritárias, o que influencia o cenário econômico.

“Estamos diante de um ano eleitoral e os brasileiros aguardam uma definição política. Estamos passando por uma inflação de custos, ou seja, o preço das matérias-primas está elevado por vários motivos, muito em razão dos efeitos da pandemia, que desarticulou as cadeias produtivas. A elevação da taxa de juros Selic é eficaz em outras situações, em que inflação é gerada pela demanda. Aumentando os juros, o crédito fica mais caro e você freia o consumo”, explicou.

Produtos e Serviços

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em dezembro. Apenas Saúde e Cuidados Pessoais (-0,73%) e Educação (0,00%) não registraram aumento no mês. O maior impacto (0,50 p.p.) e a maior variação (2,31%) vieram mais uma vez dos Transportes, que encerraram o ano com alta acumulada de 21,35%.

Prévia da inflação fecha 2021 em 10,74% e é a maior em 06 anos
O maior impacto e variação veio dos Transportes pela alta nos combustíveis. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Alta dos combustíveis

O resultado foi influenciado principalmente pela alta nos preços dos combustíveis (3,40%) e, em particular, da gasolina (3,28%), que contribuiu com o maior impacto individual (0,21 p.p.) no índice do mês.

Além disso, os preços do etanol (4,54%) e do óleo diesel (2,22%) também subiram, embora as variações tenham sido menores que as do mês anterior (7,08% e 8,23%, respectivamente).

Os preços dos automóveis novos (2,11%) e usados (1,28%) seguiram em alta, contribuindo com um impacto conjunto de cerca de 0,09 p.p. no IPCA-15 de dezembro. Outro destaque foram as Passagens Aéreas (10,07%), que voltaram a subir após o recuo de -6,34% observado em novembro.

Prévia da Inflação

Confira os números:
Dezembro de 2021 – 0,78%
Novembro de 2021 – 1,17%
Dezembro de 2020 – 1,06%
Acumulado do ano – 10,42%

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