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sexta-feira, 19 abril, 2024

Prévia da inflação cai para 0,13%, a menor em dois anos

Sebastião Demuner, do Corecon-ES, avalia cenário econômico para o segundo semestre após queda da prévia da inflação

Por Amanda Amaral

Há dois anos, a taxa mensal do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) não caía. Contudo, em julho de 2022, a prévia da inflação oficial do país registrou 0,13%, indicando desaceleração frente ao mês anterior (0,69%) e ao período de 12 meses (0,72%).

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Essa é a menor taxa mensal do IPCA-15 desde junho de 2020 (0,02%). Os dados foram divulgados esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador acumula inflação de 5,79% no ano e de 11,39% em 12 meses.

O resultado em julho foi influenciado pelas quedas de preços dos combustíveis (-4,88%), em especial a gasolina (-5,01%) e o etanol (-8,16%), o que influenciou também o setor de transportes, que registrou deflação (queda de preços) de 1,08% no período. Na prévia de junho, o grupo havia registrado inflação de 0,84%. Também registram queda no mês os grupos comunicação (-0,05%) e habitação (-0,78%).

Alíquota do ICMS

Para o integrante do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), o economista Sebastião Demuner, a queda nos preços é reflexo da Lei Complementar 194/22, que limita a 17% as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

“Há relação com a lei do ICMS. A limitação foi uma boa jogada e está sendo copiada pelo mercado internacional, não sei como demoraram para ter essa percepção. Os estados perderam, mas não efetivamente, pois na verdade eles deixaram de ganhar. O recolhimento estava sendo feito em excesso. Talvez, no ano que vem, eles possam vir a sentir, caso o preço do petróleo caia. Mas aí é possível uma nova discussão”, comentou.

Projeções para o mercado

Para o economista, a tendência para o mercado brasileiro no segundo semestre é de confiança. De acordo com a última projeção do Boletim Focus do Banco Central (BC), a projeção para a inflação de 2022 recuou pela quarta vez seguida, de 7,54% para 7,30%.

“A expectativa de crescimento do Brasil para 2022 era de 0,6% e agora já é 1,9%”, avaliou Demuner, que acredita que, mesmo com a expectativa para as próximas eleições presidenciais, em outubro, o mercado deve se manter estável.

“Em qualquer lugar do mundo, as eleições causam impacto no mercado. Talvez, quando são eleitos pela primeira vez, apresentando um novo projeto para o país, mas no caso do Brasil, os dois candidatos que estão à frente das pesquisas não trazem o desconhecido, o mercado já os conhecem. Mas as eleições podem causar impacto no mercado de câmbio, forçando o dólar a subir, porque ainda assim há uma expectativa por parte dos investidores, mas salvo especulações, o Brasil está muito bem, e o mercado deve se manter estável”, disse. 

Previsão para 2023

Prévia da inflação cai para 0,13%, a menor em dois anos
A expectativa é positiva para o segundo semestre, segundo o economista Sebastião Demuner. Foto: Divulgação

Contudo, a expectativa ainda é negativa para 2023, alerta o economista. Os analistas do Boletim Focus projetaram nesta semana queda para o Produto Interno Bruto (PIB) do próximo ano de 0,50% para 0,49%.

“De onde o governo vai tirar recursos? A tendência é o déficit público, começar a vender títulos da dívida. É se endividar para conseguir honrar a dívida de agora. Mas se a produção industrial e a economia continuarem crescendo, com ajuda da economia mundial, essa situação pode ser revertida, confiando na arrecadação, que no Brasil continua a subir”, explicou Demuner.

Setor de alimentação em alta

O maior impacto da prévia da inflação desse mês veio do grupo alimentação e bebidas, com alta de preços de 1,16% no período, acima do 0,25% da prévia de junho. Entre os alimentos que mais apresentaram elevação no valor está o leite longa vida, que subiu 22,27% no período.

Derivados do leite também tiveram inflação: requeijão (4,74%), manteiga (4,25%) e queijo (3,22%). Outros produtos com destaque foram as frutas (4,03%), feijão-carioca (4,25%) e pão francês (1,47%).

Voltando a falar dos combustíveis, cabe ressaltar também que as passagens aéreas subiram 8,13%, de acordo com o IPCA-15 de julho.

Com informações da Agência Brasil 

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