A Comissão Parlamentar de Inquérito investiga o rompimento da barragem em Brumadinho
Em depoimento à CPI das Barragens na manhã desta quinta-feira (28) no Senado, o presidente afastado da mineradora Vale, Fábio Schvartsman, manteve o discurso de que foi enganado por técnicos na apresentação de laudos que garantiram a estabilidade das barragens da companhia. Presidente da CPI, a senadora Rose de Freitas (PODE-ES) questionou, então, se o executivo iria processar quem o enganou.
“O senhor pensa em processar quem mentiu? Porque é seu nome que está em jogo nesse processo. Quem lhe mentiu? Quem fez? Quem assinou? O senhor não pode ser negligente com as respostas”, pontuou a senadora.
O ex-presidente da Vale respondeu que, ao fim das investigações e quando os culpados forem apresentados, “não tenha a menor dúvida de que vou tomar as atitudes necessárias (…) contra as pessoas que me enganaram, se isso for caracterizado”.
Esse foi o tom da primeira parte da oitiva na CPI, que surgiu para investigar o rompimento da barragem de Brumadinho (MG) – tragédia que já matou mais de 200 pessoas – e foi ampliada para apurar a situação de todas as barragens de rejeitos de minério.
Outra pergunta em busca de explicações foi feita pelo senador Otto Alencar (PSD-BA). O parlamentar questionou a forma como foi construída a estrutura da barragem em Brumadinho, como a posição do refeitório logo embaixo do depósito.
Segundo Schvartsman, a companhia possui mais de 500 estruturas e ele jamais saberia da posição do restaurante no caso da cidade mineira. “É algo impossível de saber”, disse.