Algumas pessoas são naturalmente ligadas à estética, outras nem tanto. A boa notícia é que a atenção se cultiva
Por Letícia Deps
Num mundo frenético, onde o scroll substitui o saborear, como notamos o que nos cerca? No Brasil, entre o cafezinho rápido e o trabalho, dedicamos pouco tempo à estética dos espaços. Mas, como o Prof. Anjan Chatterjee nos lembra, a estética não é só beleza, é bem-estar.
A neuroestética estuda como o cérebro reage à arte, design e aos ambientes. Ela explica por que certos lugares acalmam e cores energizam. Mas, para sentir esses benefícios, precisamos desacelerar. No Brasil, com a correria do dia a dia, muitas vezes não apreciamos a beleza natural que nos rodeia, nem os detalhes dos espaços que habitamos.
A atenção estética é como um músculo que precisa ser treinado. Algumas pessoas são naturalmente ligadas à estética, outras nem tanto. A boa notícia é que a atenção se cultiva. Assim como um especialista em vinhos treina o paladar, podemos treinar o cérebro para notar a estética do ambiente. Que tal começarmos a reparar na beleza da flor do ipê na rua, ou no azulejo da padaria?
Para integrar princípios da neuroestética no dia a dia podemos começar com a atenção. Do museu ao cotidiano, basta desenvolver o olhar ao ver uma obra de arte de rua, uma textura interessante ou a beleza das nossas praias.
Beleza e o design não são apenas elementos decorativos, mas sim ferramentas poderosas que podem influenciar nosso bem-estar melhorando o humor e reduzindo do estresse, aumentando a criatividade e foco, fortalecendo à conexão social e ampliando a autoconsciência.


Pare por um minuto e sinta! Perceba o peso da xícara de café, o cheiro do livro, o movimento do sol. Reimagine seu Espaço: Seu ambiente te faz sentir como quer? Mude os móveis, adicione plantas, organize. Que tal os quadros de artistas brasileiros? Para uma nova estética com pertencimento fica o convite para ouvir músicas regionais, ver filmes nacionais, visitar nossos museus.
Ao integrarmos a atenção estética à rotina, criamos espaços mais belos e vidas mais significativas e promoção da saúde mental. Então: que tal um “olhar lento” agora?
Letícia Deps é Neuroarquiteta – membro da Academia Norte Americana de Neurocîência aplicada a Arquitetura- ANFA nos capítulos San Diego-EUA e Brasil