O setor Serviços cresceu 4,7% em 2022-1, mas caiu em 2023-1 para 2,3%. Ou seja, não saiu do lugar
Por Arilda Teixeira
Os PIBs dos Trimestres Jan-Mar 2022-1 e Abr-Jun2023-1 cresceram, respectivamente,
2,4% 2022-1, e 4% entre Abr-Jun2023-1 sugerindo possível retomada do crescimento.
Fazendo os deveres de casa é possível retomar essa rota.
Mas as estatísticas do PIB do 1º Trimestre de (2023-I) apontam crescimento de 4%, e em 2022-1 havia sido 2,4%.
Nesses ritmos e direções, vieram a reação da Agropecuária, Indústria e Serviços.
Agropecuária reverteu a queda de 5,2% em 2022-1 para crescimento de 18,8% em 2023-1. A Indústria permanece em tendência de queda, desta vez, de 12% em 2023-1 – baixo crescimento de 1,9% – ratificando seu insuficiente fôlego para crescer. Falta-lhe competitividade para enfrentar seus pares.
O setor Serviços cresceu 4,7% em 2022-1, mas caiu em 2023-1 para 2,3%. Ou seja, não saiu do lugar. O PIBpm de 2022-2 cresceu 3,7%; e no 2º trimestre de 2023-2 3,4%, ratificando seu baixo fôlego para puxar crescimento.
O lado da demanda não é muito diferente:
No 2º trimestre de 2023, o consumo das famílias cresceu 3,1%; no 2º trimestre de 2024, 4,9% – no 2º trim de 2022-II havia crescido 5,7%; e em 2023.II cresceu 3%.
Resumindo, não há tendência definida para o consumo das famílias brasileira.
Mas, o consumo de governo permanece crescendo – em 2023-II foi 2,3%; e 2024-2 3,1%.
O sinal que efetivamente importa é o da Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF) da economia.
Em 2023-II caiu 1,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2024-II cresceu 5,7%. Nessa direção e ritmo, também estão os Setores Exportador, com queda de 4,6% nas exportações do 2º trimestre de 2023; e o Importador, com queda de 1% das importações em 2022.II; e crescimento de 2,1% em 2023-II.
Observando os subsetores da economia observa-se: expansão do Setor Serviços (+9,1%); Transportes e armazenagem (+7,5%); Agropecuária (+ 6%); Informação e Comunicação (+ 5,7%), Construção (+5,3%); e Comércio (+1,8%). E, na rabeira, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF): em 2023-1 caiu 161%; e em 2024-1 (caiu 166%).
A estatística da FBKF descrita no gráfico 2 reitera a estagnação em que se encontra a estrutura produtiva da economia brasileira. Em 2001 sua Taxa de Investimento em proporção do PIB era 18,4%.
No segundo trimestre de 2024 permanece em 18% – assim como entre 2001 e 2022.
Como a FBKF é o sinalizador do fôlego para uma mudança estrutural da economia, as estatísticas recentes do IBGE para o segundo trimestre de 2024, ratificam o que os olhos e bolsos dos brasileiros já perceberam – a economia brasileira continua na rabeira da economia mundial.
Arilda Teixeira é doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestra em Economia pela Universidade Federal Fluminense, coordenadora dos cursos de Gestão Estratégica de Negócios e de Gerenciamento de Projetos, da Pós-Graduação da Fucape Business School, e coordenadora do Projeto PIBIC FUCAPE.