19.9 C
Vitória
segunda-feira, 19 DE maio DE 2025

PF intima Delfim Netto na Lava Jato

Lava Jato chega ao ex-ministro da Fazenda, criador do “milagre econômico” da ditadura militar, ao encontrar a planilha do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. 

A delegada de Polícia Federal Renata da Silva Rodrigues, da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, intimou o economista, ex-deputado federal e ex-ministro da Fazenda Delfim Netto para “prestar esclarecimentos” aos investigadores sobre o recebimento, segundo seu sobrinho, de R$ 240 mil em dinheiro, entregues pelo “departamento de propina” da maior empreiteira do País. A quantia teria sido recebida no dia 22 de outubro de 2014, no escritório de Luiz Appolonio Neto, advogado e sobrinho de Delfim Netto, em São Paulo. 

A Lava Jato chegou ao nome do ex-ministro e criador do “milagre econômico” da ditadura militar, após encontrar, no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht (nome oficial do “departamento de propinas”), uma planilha na qual constava a entrega de R$ 240 mil no endereço de Appolonio. Conduzido coercitivamente para depor na 26ª fase da Lava Jato, a operação Xepa, em março, o advogado disse que não se recordava de ter recebido a quantia.

Mas, no inicio desta semana (6), Appolonio encaminhou um ofício à PF em Curitiba informando que “os referidos valores não lhe pertencem, apenas foram recebidos no endereço acima mencionado, a pedido do economista Antonio Delfim Netto, o qual por motivos particulares e em razão de sua avançada idade, não quis receber em seu escritório”, disse. Ainda segundo o advogado, todo o valor foi repassado ao ex-ministro, que recebeu a quantia “em virtude de consultoria prestada”.

A declaração justificou as decisões da delegada Renata Rodrigues. Além de ouvir as explicações do próprio Delfim sobre o referido pagamento, ela encaminhou um ofício à empreiteira para que “querendo”, esclareça os motivos do pagamento e apresente a documentação, caso exista, utilizada para formalizar o pagamento. 

Não é a primeira vez que o nome de Delfim Netto surge na operação. Ele já havia sido citado na delação premiada da empreiteira Andrade Gutierrez, pelo suposto recebimento de valores ainda não explicados no empreendimento da Usina de Belo Monte, mas alegou que havia feito uma “assessoria”.

A Odebrecht não quis comentar o caso e a defesa de Delfim Netto, sob a responsabilidade dos advogados Ricardo Tosto e Maurício Silva Leite, negou irregularidade, argumentando que o economista Antônio Delfim Netto prestou serviços de consultoria na área econômica e recolheu todos os impostos em decorrência da prestação dos serviços. Já a defesa de Luiz Appolonio Neto disse que ficou demonstrado de forma clara às autoridades que ele não tem qualquer participação nos fatos investigados. 

Receba notícias no seu WhatsApp

Receba as novidades no seu e-mail

Acompanhe nosso canal no Google news

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 226

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

Política e ECONOMIA