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quarta-feira, 17 abril, 2024

Petróleo e Gás: 8,1 bilhões em investimentos até 2025

Apesar de o Estado regristrar sucessivas quedas na produção de petróleo e gás, o setor apresenta oportunidades de investimentos

Por Amanda Amaral 

O Estado registrou em 2021 sua pior participação na produção nacional de petróleo (7,3%) e gás (4,1%) dos últimos 12 anos, mas apesar da queda, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), por meio do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no Espírito Santo, prevê investimentos no setor da ordem de 8,1 bilhões nos próximos quatro anos.

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A 5ª edição do documento foi lançada nesta sexta-feira (29), na sede da Findes, reunindo dados e análises do setor de petróleo e gás, com projeções até 2025. O material, além de informações sobre a produção, traz número de poços perfurados, detalhamento dos investimentos, arrecadação de royalties e participações especiais, entre outros.

O Anuário é produzido pelo Observatório da Indústria, com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia.

Investimentos Previstos até 2025

Os investimentos previstos até 2025 são de projetos de empresas como a Karavan Oil, Shell, PetroRio, Imetame, ES Gás e Petrobrás, com a Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de Óleo (FPSO, sigla em inglês), batizada de Maria Quitéria.

Petróleo e Gás: 8,1 bilhões em investimentos até 2025
O Estado é o terceiro maior produtor de petróleo do país e o quarto de gás natural, segundo a presidente da Findes, Cris Samorini. Foto: Divulgação

A FPSO faz parte do Projeto Integrado Parque das Baleias, no Sul do Estado, e começa a operar em 2024. A capacidade de processamento será de 100 mil barris de óleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás por dia, segundo a Petrobras.

Além disso, está previsto o descomissionamento de 680 poços de petróleo no Espírito Santo. Ou seja, as estruturas que hoje existem serão desmontadas, criando oportunidades para empresas de diferentes segmentos. A ação deve gerar R$ 2,4 bilhões em negócios entre os anos de 2022 e 2026, segundo a Findes.

“No ranking nacional, o Espírito Santo é o terceiro maior produtor de petróleo e o quarto de gás natural. O setor possui a maior representatividade no valor adicionado da indústria geral no ES, de 25,4%. O Anuário é muito relevante uma vez que, além de reforçar a importância do setor por meio dos dados, norteia estratégias e planejamentos, especialmente em prol da geração de oportunidades e do desenvolvimento do Espírito Santo”, comentou a presidente da Findes, Cris Samorini.

O Estado possui hoje 8,4% de participação na produção nacional de óleo natural e 4,9% na de gás natural. 

Queda na Produção

As quedas de produção eram previstas, já que o recurso é finito e há amadurecimento dos campos capixabas, cujo potencial vem sendo explorado desde 2000, período em que o Estado passou de coadjuvante para o sétimo lugar na produção nacional tanto de petróleo (1,0%) quanto de gás natural (2,8%).

Em 2014, o Espírito Santo ocupou a segunda posição entre os estados produtores, mas em 2021, registrou a menor contribuição na produção nacional dos últimos 12 anos, com 7,3% para o petróleo e 4,1% para o gás.

De acordo com a economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, a retração da atividade petrolífera está atrelada a alguns fatores como o ambiente internacional menos favorável e o pouco interesse das petroleiras nas áreas de nova fronteira (áreas a serem exploradas) de produção de petróleo e gás.

“Além disso, os campos produtores perderam espaço dentro da carteira de investimentos das grandes petroleiras, sendo mantidos com a produção abaixo da capacidade. Esse panorama, atrelado às fases de declínio natural da produção da maioria dos campos produtores, proporcionou um cenário de queda no nível de atividade do setor no Espírito Santo”, justificou.

Cenário Sem Reversão

Petróleo e Gás: 8,1 bilhões em investimentos até 2025
O Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural foi lançado nesta sexta-feira (29), durante evento na Findes. Foto: Divulgação

Marília explicou que, de acordo com a projeção trazida pelo Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no Espírito Santo, esse cenário de queda da produção não deve ser revertido nos próximos anos.

Espera-se que até 2025 a produção de petróleo em mar (offshore) tenha uma queda média anual de 2,70%, alcançando uma produção de 64,4 milhões de barris. Para o gás natural, projeta-se um aumento médio anual de 1,02%, até 2025, alcançando uma produção de 2,1 bilhões de metros cúbicos (m³).

No ambiente onshore (em terra), espera-se que até 2025 a produção de petróleo tenha uma queda média anual de 3,58%, atingindo 2,5 milhões de barris. Em relação ao gás natural, espera-se que o insumo tenha uma queda média anual na produção de 3,62% até 2025, chegando a 21,7 milhões de m³.

Mudanças na Matriz Energética

Marília Silva destaca que conhecer o atual cenário da exploração de petróleo e gás no Espírito Santo, no país e no mundo é também fundamental para entender o contexto de transição da matriz energética, que vem ganhando cada vez mais força em todo o planeta.

“Não há questionamento quanto aos benefícios ocasionados pela transição de uma matriz energética atualmente intensiva em combustíveis fósseis para uma matriz com baixa ou zero emissões de carbono. As dúvidas sobre essa transição residem na velocidade com que ela ocorrerá, dada a necessidade da segurança energética e dos estímulos financeiros, tecnológicos e regulatórios, a serem promovidos pelas lideranças globais”, enfatizou Marília.

Dados e impactos da indústria de óleo e gás no ES:

– Produção de petróleo: 3ª colocação no país, com 8,4% na participação da produção nacional.
– Produção de gás natural: 4ª colocação no país, correspondendo a 4,9% da produção nacional.
– Investimentos esperados até 2025: R$ 8,1 bilhões.
– Projetos de descomissionamento aprovados: 19, sendo 18 em terra e um (01) no mar.
– Investimentos previstos para o descomissionamento de 680 poços de 2022 a 2026: R$ 2,4 bilhões.
– Economia: o setor representa 25,4% no valor adicionado da indústria geral do ES.
– Arrecadação de royalties em 2021: R$ 1,6 bilhão.
– Arrecadação de participação Especial em 2021: R$ 1,9 bilhão
– Mercado de Trabalho (2020): 11,6 mil empregos formais.
– Remuneração média (2020): R$ 6.622,79.
– Exportações (2020): US$ 599 milhões.

Fontes: Observatório da Indústria da Findes

Com informações da Findes. 

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