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terça-feira, 10 DE setembro DE 2024

Pesquisadores da Ufes criam tabuleiro de xadrez com peças de monumentos capixabas 

Com seis monumentos públicos do ES, tabuleiro foi projetado para auxiliar no ensino sobre patrimônio e identidade cultural

por Mariah Friedrich

Os pesquisadores do Laboratório de Extensão e Pesquisa em Arte (Leena) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) desenvolveram um tabuleiro de xadrez com miniaturas de monumentos capixabas no lugar das peças tradicionais, com intuito de promover a história, memória e identidade cultural do Estado

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O protótipo do Tabuleiro de Xadrez do Espírito Santo está em exposição no Leena, localizado no Centro de Artes do campus de Goiabeiras. Os interessados em conhecer o projeto podem agendar uma visita guiada ao Leena, preenchendo o formulário online

Desenvolvido ao longo dos últimos dois anos pela equipe do Leena, o tabuleiro foi criado utilizando impressoras 3D do laboratório. A versão atual apresenta seis monumentos públicos em miniatura, representando a defesa do território e a proteção da identidade cultural local, semelhante ao objetivo do jogo de xadrez tradicional.

A intenção é que o projeto seja futuramente levado às escolas de educação básica do Espírito Santo para apoiar os professores em temas de educação patrimonial, sociocultural e étnico-racial.

O professor Aparecido José Cirilo, fundador e coordenador do Leena, explica que o Tabuleiro de Xadrez do Espírito Santo representa os diversos grupos étnicos que compõem a população do estado, incluindo portugueses, afro-brasileiros, italianos, espanhóis e povos originários.

“Neste jogo, o território é a identidade capixaba, nosso solo, nossa cultura. Claro que, como o jogo de xadrez tem uma limitação de peças, alguns grupos étnicos serão trabalhados em outros games do projeto ou em outras versões desse tabuleiro”, destaca Cirilo.

Peças

Um jogo de xadrez tradicional é composto por 32 peças, incluindo rei, rainha, torres, bispos, cavalos e peões. No Tabuleiro de Xadrez do Espírito Santo, a rainha é representada por Dona Domingas, a única mulher negra com um monumento público no estado.

“A presença desta mulher como a peça mais importante do tabuleiro simboliza, em grande medida, os objetivos dessa ferramenta pedagógica, que é aproximar nossas crianças e a população em geral da sua própria identidade”, explica Cirilo.

As outras peças incluem o rei, representando o grupo indígena Botocudo; o bispo, que é o Padre Alonso de Baixo Guandu; a torre, representada pelo Monumento à Colonização Espanhola de Alegre; a cavalaria, simbolizada pela escultura Cavalos de Linhares; e o peão, uma homenagem ao cabo Aldomário de Baixo Guandu.

O Tabuleiro está em fase de testes e os visitantes do Laboratório ajudarão os pesquisadores no aprimoramento do jogo.  “É uma ação educativa dentro dos outros jogos, de modo geral, mas uma versão mais gourmet dele tem uma potencialidade comercial, no campo do colecionismo. Então, isso não está descartado no horizonte, até porque as pesquisas precisam continuar sendo financiadas”, sinaliza Cirilo.

O tabuleiro está em fase de testes, e os visitantes do laboratório ajudarão os pesquisadores a aprimorar o jogo. O professor Aparecido José Cirilo acrescentou que a equipa não destaca a criação de uma versão refinada voltada para o colecionismo.

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