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terça-feira, 23 abril, 2024

Pesquisa aponta retomada do ‘orgulho de ser capixaba’ como nova variável de consumo no Espírito Santo

Capixabas querem mostrar ao mundo quem são, e de onde são; e empresários locais já estão explorando esta alta de valorização cultural.

Carla Pollake

Capixabas mais atentos já perceberam sinais espalhados por toda Grande Vitória de um movimento que reforça e valoriza ‘as coisas do Espírito Santo’. Pesquisa realizada em novembro/2020 para empresários capixabas, mostra que aliar seus produtos a referências do estado – sejam elas culturais ou geográficas – tem se tornado um diferencial na hora de se posicionar no mercado e conquistar o consumidor.

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O perfil econômico e cultural faz toda a diferença na hora de perceber tendências e criar estratégias de comunicação e venda para as empresas, e o capixaba tem características muito particulares entre os estados do sudeste.

Dentro desta perspectiva, vale olhar de maneira mais atenta às novas maneiras de consumidor do capixaba, que decorre do seu destacado potencial de consumo. O Espírito Santo tem o rendimento médio, por família, ligeiramente mais alto que a média nacional (1.477,00 contra 1.439,00) e é o sétimo melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país (0,740), o que indica uma preocupação e condição de investir em qualidade de vida por meio do consumo.

Outro indicador importante é a distribuição da população em classes socioeconômicos; 47,1% da população está nas classes AB e 41,53 na classe C, ou seja, apenas 11,25% da população tem baixo poder de consumo. Estes números têm consonância com o grau de escolaridade da região Sudeste (44,6%), onde o Espírito Santo se destaca em 4º lugar em número de matriculados em faculdades particulares.

O consumidor capixaba ganhou mais personalidade, se mostra mais exigente, conectado, atento aos diferenciais, origens e propósitos das marcas que consome. Ele percebeu seu crescimento e, com isso, nasceu uma vontade maior de valorizar-se diante dos demais estados do Sudeste. A mudança abriu espaço para o consumo de produtos que valorizem sua identidade, que traga um perfil vencedor.

Neste contexto, é visível o crescimento de marcas e produtos que trazem no seu DNA o registro deste novo posicionamento, principalmente nas áreas de vestuário, decoração e design de joias. Nota-se que são segmentos diretamente ligados à imagem da pessoa (o que ela veste, elementos que decoram seu lar e ainda elementos que se posicionam de maneira valiosa – como o uso de um pingente. A pesquisa apontou que as belezas naturais foram o elemento mais citado como referência de valor do estado. Em 2015 esse sentimento não era tão latente nas entrevistas que foram realizadas na época.

Hoje, a valorização das belezas capixabas pode ser vista estampada em camisetas com imagens de ícones do estado (Pedra Azul, Praias, O frade e a freira), e em pingentes pendurados em pescoços que querem mostrar o que os capixabas acham que têm de melhor: a natureza.

Para os consumidores entrevistados, consumir algum produto que remeta ao universo capixaba é posicionar-se pois consideram-se uma mistura de muitas culturas, mas não um povo ‘sem identidade’.

Fato é que os capixabas têm grande potencial de consumo, e estão ávidos para mostrar ao mundo quem são, e de onde são. Os empresários que estiverem atentos, podem explorar um novo nicho de mercado que tem como principal aliado o desejo de consumir algo que revele ‘o orgulho de ser capixaba’.

Carla Pollake é diretora Executiva da Pollake Pesquisa e Consultoria. A empresa foi responsável pela pesquisa qualitativa sobre o Perfil de Consumo Capixaba.

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