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sexta-feira, 19 abril, 2024

BioTIC – o parque tecnológico de Brasília

O Governo do Distrito Federal tem trabalhado para que Brasília avance de forma segura, a fim de se tornar uma cidade humana, inteligente, criativa e sustentável (CHICS), com diversas ações estruturantes, preocupando-se em estabelecer bases sólidas para um futuro moderno e promissor

A CHICS precisa, em primeiro lugar, ter uma infraestrutura tecnológica adequada. O Governo está trabalhando na consolidação de uma Parceria Público-Privada de Iluminação Pública, com luminárias inteligentes, o que permitirá que a cidade tenha um “smart grid” (rede inteligente, em tradução livre) e que ajudará na transmissão de dados e na entrega de internet de alta velocidade para sua população, dentre uma série de outros serviços, típicos das Cidades Inteligentes. Está construindo, também, um Parque Tecnológico que contribuirá para a estruturação de uma nova matriz econômica e que fará parte do ecossistema de inovação da cidade.

Brasília, a capital do Brasil, é uma cidade que tem um enorme potencial para a prestação de serviços, especialmente no setor de tecnologia da informação e inovação. No centro do País, pode cumprir com excelência a tarefa de ser uma espécie de “hub” tecnológico, conectando mercados de todo o Brasil entre si, com o Governo Federal e com o mercado internacional.

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São enormes os desafios, principalmente em um cenário de total falta de recursos como vivem todas as cidades brasileiras. No entanto, a lição da gestão moderna é de que nos momentos de crise deve-se planejar o futuro próximo, para que assim que a crise passe as bases para o crescimento estejam colocadas. Temos dificuldade no Brasil de entender que é necessário se gastar mais tempo planejando, para que se possa gastar menos tempo executando, com a certeza de ter resultados eficientes e eficazes. A cobrança da sociedade por uma agenda mais imediata provoca, muitas vezes, o início de projetos que ainda não estão suficientemente maduros para ir ao mercado; e isso leva a desperdícios de recursos e resultados insatisfatórios que, no final das contas, são um grande prejuízo para a  sociedade.

Nessa toada, o Governo do Distrito Federal tomou a decisão de estruturar projetos de média e longa maturação, planejados, e com a visão de uma cidade que pode ter uma nova matriz econômica, complementar à atual, que é fortemente baseada na prestação de serviços públicos. A cidade cresce e com o crescimento aumentam seus problemas, principalmente a incapacidade de gerar emprego e renda na mesma medida de tal crescimento. Assim, a preocupação com o planejamento e com a implantação de equipamentos de fortalecimento da economia local, que possam gerar novos postos de trabalho, colocam a cidade numa rota adequada, o que será sentido em um futuro próximo por toda sua população, percebendo que Brasília voltará a cumprir o seu papel de modernidade e de vanguarda, dando exemplo para todo o País.

Nesse contexto, o Parque Tecnológico de Brasília, chamado de BioTIC (Biotecnologia e Tecnologia da Informação e Comunicação) é um projeto arrojado e que transformará definitivamente o cenário econômico da cidade no médio prazo, colaborando de maneira intensa com a perspectiva do Governo de fazer da capital uma Cidade Inteligente e Humana, que funcione com agilidade e que proporcione uma qualidade de vida alta para as pessoas, com geração de emprego e renda.

O BioTIC será um parque de terceira geração. A terceira geração de parques introduz uma nova filosofia de gestão. Esta segue o modelo de uma instituição gerida por profissionais especialistas em apoio à inovação. O objetivo é ampliar a riqueza da comunidade na qual o parque está instalado através da promoção, de diversas formas, da interação governo-indústria-ciência. Este tipo de parque oferece um conjunto mais completo de serviços relacionados à inovação. Uma diferença chave desta geração de parques é a sua natureza urbana, a qual integra o parque a uma ampla faixa de atividades socioeconômicas e culturais.

A filosofia de um parque de terceira geração é a inovação interativa orientada para o “cluster” produtivo. O parque atuará no processo de criação e transferência das inovações para a sociedade, para as empresas e para o governo, por intermédio de uma interação em que as inovações tecnológicas são adequadas às necessidades existentes ou induzidas pelas próprias inovações e, ao mesmo tempo, a partir dessas necessidades são lançadas novas pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos. Um outro aspecto a ressaltar em relação à terceira geração é que o parque deixa de basear-se no modelo linear de geração da inovação, para fazer uso mais efetivo das redes de comunicações no desenvolvimento das relações governo-empresa-academia, em prol do desenvolvimento tecnológico e do aumento da competitividade das empresas.

O BioTIC deverá atender, ao mesmo tempo, empresas inovadoras e baseadas em conhecimento, laboratórios de pesquisa e empresas tradicionais. Este atendimento será feito a partir da oferta de uma grande variedade de serviços, os quais são providos de uma quantidade relativamente grande de organizações, integradas em rede. Assim, o objetivo final de promover o desenvolvimento a partir da inovação passa pela geração de empresas intensivas em conhecimento, pela implantação de estratégias de suporte ao desenvolvimento contínuo de empresas já consolidadas de base tecnológica, pelo apoio à transferência de tecnologia de universidades e centros de pesquisa para empresas, sejam elas de base tecnológica ou tradicional. A propósito, o estabelecimento de mecanismos de fomento e apoio à inovação para as empresas tradicionais é um marco no modelo de terceira geração.

O projeto do BioTIC será estruturado na modalidade de “Project Finance”, que consiste na utilização do próprio fluxo de caixa do projeto como principal fonte de financiamento do empreendimento, inclusive com a utilização de instrumentos do mercado financeiro no
financiamento dos projetos, para tornar as operações mais transparentes e seguras. No BioTIC, os modelos de Parque Industrial, com financiamento governamental e “Venture Capital” – ou risco corporativo -, também serão incorporados ao modelo “Real Estate”, uma vez que todos os ocupantes deverão, de alguma forma, remunerar o empreendimento pela ocupação dos espaços físicos e pelo uso das áreas comuns.
Com o nascimento do BioTIC, em breve, Brasília estará dando passos largos para um futuro muito melhor para sua gente, tornando-se uma Cidade Inteligente e Humana.


André Gomyde é Presidente da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas, membro do CCT da Presidência da República e membro do Júri do World e-Government Awards 2017, na Coreia do Sul.

Hideraldo Almeida é Mestre em Políticas Públicas e Desenvolvimento pelo IPEA, Analista em C&T do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações e Diretor de Negócios e CT&I da BIOTIC S/A.

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