De acordo com Francisco, muitos jovens “se escondem por trás de máscaras e identidades falsas, chegando quase a tornar-se, eles próprios, um ‘fake’, uma identidade falsa”
Diante de tantas reclamações de pais e educadores, o Papa Francisco publicou uma mensagem para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada pela Igreja Católica, em 25 de março de 2019, no Panamá. Na mensagem, o pontífice adverte sobre a relação que os jovens têm com as mídias sociais.
Segundo o papa, atualmente os jovens têm medo de não serem aceitos pelo que são e que muitos estão se tornando obsessivos em receber “curtidas” nas mídias sociais. A mensagem reforça que eles se sentem atingidos por medos e que em muitos “existe um profundo medo de não ser amado e querido pelo que é”.
Francisco, que costuma usar uma linguagem coloquial e moderna quando fala com os jovens, disse ainda que “muitos têm a obsessão de receber o maior número possível de ‘likes’. E daqui, desta sensação de desajustamento, surgem muitos medos e incertezas”.
O pontífice ressaltou que, no geral, crianças e adolescentes temem não conseguir encontrar uma segurança afetiva e “frente à precariedade do trabalho”, muitos têm medo a não alcançar uma situação profissional satisfatória e não cumprir os seus sonhos.
Com intenção de ajudar aos jovens, o sacerdote propôs o “discernimento” para colocar em ordem “os pensamentos e sentimentos e para atuar de uma maneira justa e prudente” e assim “não perder tempo e energias com fantasmas sem rosto nem consistência”.
A mensagem ainda destaca que os aparelhos não podem “dominar” a vida das pessoas. “Não deixeis, queridos jovens, que os fulgores da juventude se apaguem na escuridão duma sala fechada, onde a única janela para olhar o mundo seja a do computador e do smartphone”, aconselhou.
Papa Francisco encerrou afirmando que a JMJ “é para os corajosos” e “não para jovens que só buscam comodidade, recuando à vista das dificuldades”. E deixou um questionamento: “Aceitam o desafio?”.
