Maria da Penha Rosa de Oliveira tem uma malformação congênita que afeta a coluna e a medula espinhal. Acamada, ela sonhava conhecer o convento
Por Redação
Sonhos são feitos para se realizarem, e para Maria da Penha Rosa de Oliveira, de 49 anos, essa máxima se concretizou em um dos momentos mais emocionantes de sua vida. Internada no Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC), em Cariacica, Maria, que sofre de espinha bífida, realizou o desejo de conhecer um dos pontos turísticos mais icônicos do Espírito Santo: o Convento da Penha, em Vila Velha.
Embora esse seja um passeio fácil para muitos, no caso de Maria da Penha, seria inviável. A paciente nasceu com espinha bífida, uma malformação congênita que afeta a coluna vertebral, comprometendo a medula espinhal e os nervos. A condição a tornou cadeirante e, nos últimos doze meses, ela ficou totalmente acamada.
Na última quarta-feira (04), esse sonho saiu do campo do desejo e se tornou realidade graças a uma força-tarefa que uniu a equipe de assistência hospitalar do HEAC e o Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES). Com transporte especializado e um esquema de suporte coordenado, Maria da Penha foi levada em uma ambulância ao Convento da Penha, onde os bombeiros a aguardavam para garantir que todos os cuidados fossem tomados durante o trajeto ao santuário.
O diretor do HEAC, Felipe Goggi, ressaltou o esforço e a emoção envolvidos na ação. “A Maria da Penha está sob cuidados paliativos, e nossa equipe multidisciplinar se mobilizou para organizar esse momento de acordo com o quadro clínico dela. Com o apoio dos bombeiros, tudo ocorreu sem intercorrências. Foi extremamente gratificante proporcionar essa tarde especial para ela”, afirmou.
A jornada de Maria da Penha é marcada por muitos desafios. Ela desenvolveu múltiplas lesões por pressão, tratadas inicialmente na Unidade Básica de Saúde e pronto-atendimento em Viana, sua cidade natal. No entanto, seu estado se agravou há cerca de um ano, com o surgimento de feridas mais complexas e dolorosas. Mesmo após seis meses de hospitalização e diversos tratamentos com antibióticos, o quadro clínico não melhorou como esperado, exigindo intervenções cirúrgicas, uma colostomia e a inserção de uma sonda vesical para proteger as lesões.
Apesar de todas as adversidades, o brilho nos olhos de Maria da Penha ao finalmente contemplar o Convento da Penha e realizar seu desejo mostra a força dos sonhos. Naquele dia, a fé, a dedicação de profissionais de saúde e o apoio da comunidade transformaram um simples desejo em uma realidade inesquecível.