Segunda parte do Plano de Aceleração do Crescimento destinará recursos para obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Apesar de ter 2,06% de participação no PIB nacional, o Espírito Santo continua sendo deixado em segundo plano pelo Governo Federal. Dos 1017 municípios contemplados pelos recursos da segunda parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2), apenas 24 são capixabas. É o que mostra a lista divulgada pela Fundação Nacional de Saúde- Funasa. Dos R$ 5 bilhões destinados ao projeto, apenas 1,54% será investido nos municípios capixabas. Ou seja, cerca de R$ 77,2 milhões serão usados em obras de saneamento no Espírito Santo.
Para o programa, poderiam ser inscritos no programa do Governo Federal municípios até 50 mil habitantes. No Espírito Santo 66 municípios estariam aptos a participarem do PAC 2 – Saneamento. Para José Carlos Chamon, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Espírito Santo (Sindicopes), as obras seriam de grande valia para o Estado. “Obras como essa são muito importantes, não só para a melhoria e crescimento dos municípios do interior, mas Espírito Santo como todo, gerando empregos e melhoria na qualidade de vida”, disse Chamon.
Apesar do valor que deverá ser repassado para os municípios capixabas (cerca de R$ 77,2 mi), o Estado está longe de ser um dos grandes beneficiados da segunda parte do PAC. Para se ter uma idéia, a verba destinada apenas para obras no abastecimento de água do Piauí – cerca de R$ 79,4 milhões – é maior que toda a verba destinada para o Espírito Santo.
Da mesma forma, o valor que será investido para o mesmo projeto de abastecimento de água nos municípios capixabas, é equivalente ao que deve ser utilizado somente pelo município de Aperibe, no Rio de Janeiro (R$ 11,4 mi contra quase R$ 11,8 mi, respectivamente).
As disparidades ficam ainda maiores se compararmos as verbas destinadas a outros Estados. Apenas o estado de Minas Gerais, por exemplo, deverá receber uma verba de R$ 329,18 milhões para realização de obras e água e saneamento. No Nordeste, a Bahia deve receber R$ 255,9 milhões, e Pernambuco R$ 116,8 milhões. Já no sul do país, serão destinados cerca de R$ 147,1 mi ao Rio Grande do Sul.