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sexta-feira, 19 abril, 2024

Os negacionistas e a nova fase da pandemia

Nesta adaptação à rotina encapsulada não estamos sós! Nossa “muleta tecnológica” tem nos auxiliado

Seguimos neste tempo de isolamento social (ou na tentativa de), experimentando dias “híbridos” com emoções flutuantes em relação a Covid-19… dias difícies, sem dúvida, tanto quem pode desfrutar da segurança e conforto de um lar (e até não se preocupar com os boletos), muito mais para aqueles que perfilam-se pelo auxílio emergencial. Nesta adaptação à rotina encapsulada não estamos sós! Nossa “muleta tecnológica” tem nos auxiliado (quem consegue ficar sem o celular nos dias de hoje?), conectando-nos aos afetos e às lembraças de um tempo pré-pandêmico. Olhamos para o passado (por meio do #tbt e de fotografias guardadas no rolo de câmera) sem tirar os olhos do futuro, como se quiséssemos descobrir o que está por vir.

Enquanto isso, no presente, acompanhamos pelas telas a “nova fase” da pandemia no Brasil. A recomendação “se puder, fique em casa” não bastou e o lockdown (bloqueio total das atividades não essenciais) chegou à Grande São Luís, no dia 05 de maio. O Maranhão foi o primeiro estado brasileiro a adotar tal medida (já são mais de 4.500 pessoas infectadas  e 270 óbitos). A prefeitura de Niterói já estuda esta possibilidade (assim como outras cidades) enquanto em São Paulo há bloqueios nas vias com o objetivo de desestimular a circulação de pessoas.

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Não cabe apontar as razões para a falta de adesão da população ao isolamento social, porém ouso afirmar que o negacionismo de muitos (baseado na “rejeição de conceitos embasados por consenso científico em favor de ideias tanto radicais quanto controversas”) contribuiu significativamente para o resultado. Assim, os “negacionistas” (que eu defino como céticos, inquietos e intensos) seguem disseminando suas ideias, enquanto o vírus se dissemina por meio deles. Criticam o isolamento, a política e a imprensa. Para esses indivíduos (que não cumpre as recomendações dos órgãos oficiais ainda desencoraja as pessoas a cumprirem) tudo não passa de histeria coletiva acalorada pelo discurso midiático. Insistem no “antigo normal” (como circular pelos espaços públicos) afirmando que uma coisa tão pequena e invisível não é capaz de causar mal a si. Um parênteses: acreditar ou não na letalidade do coronavírus não vai privar ninguém de ser infectado, de não apresentar sintomas e de transmitir o vírus a outras pessoas (fale isso para um negacionista e espere uma resposta bizarra, assim como são os argumentos e as teorias que eles defendem, pelo direito de “ir e vir” e em nome da economia). Aliás, não consigo enxergar a saúde dissociada da economia, mas esse tema renderia um outro artigo.

Assim, diante da saudade do passado e das angústias projetadas em um “novo normal” pós-covid-19, uma alternativa é reinventar-se, pautado nas mudanças que ocorreram de março para cá. Em dois meses vimos o aumento das compras online e das transações financeiras via aplicativos; a autorização da telemedicina e do trabalho remoto; e a oferta de múltiplas possibilidades de conhecimento e entretenimento on line). Uma “nova vida” já se apresenta diante de nós! Não aguarde o “Dia D” para vivê-la, pois já estamos nela. Viva a vida. E cuide-se!

Danielly Medeiros é jornalista, especialista em Economia para Jornalistas e Comunicadores Institucionais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

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