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sexta-feira, 19 abril, 2024

Leila Navarro: Identificando oportunidades em meio à crise

Leila Navarro é uma das mais renomadas palestrantes do país, sobretudo pelo jeito irreverente na interação com o público.

Atuando há mais de 15 anos no segmento, a coach possui uma sólida carreira tanto no mercado nacional quanto internacional, tendo suas apresentações contratadas em países como Espanha, Chile, Uruguai, Panamá, Japão, México e Peru. Nesta entrevista, ela explica a importância de aliar criatividade e inovação a uma postura protagonista, especialmente em momentos de crise como a que estamos vivendo.

Por conta da crise econômica muitas pessoas acabam buscando outros caminhos, como o próprio empreendedorismo. Mas como empreender em tempos de crise? É possível fazer mudanças imediatas que gerem satisfação sem mexer tanto com o bolso?
É possível sim. Em um de meus livros falo sobre os hobbies e as coisas que muitas pessoas fazem bem, mas que por alguma razão acabam não sendo comercializadas.
Essa pode ser uma boa saída em meio à crise, pois você fará algo que sabe e que gosta, e se dedicará para isso. Mas é claro que é preciso analisar o mercado antes. O mais interessante disso tudo é que às vezes nem é preciso fazer grandes investimentos, pois se você tem um hobby, como pintar ou cozinhar, já tem algum material para realizar tal tarefa. O bom da crise é que ela é uma ótima oportunidade para ver o negócio com outro olhar, do tipo: “Nossa, como eu não pensei nisso antes?”.

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Como se reinventar em meio à recessão econômica?
Qualificar-se é uma boa opção, até porque existem muitos cursos bons e gratuitos na internet. Basta procurar e se dedicar, pois ficar fazendo a mesma coisa não adianta. Quem está perdido sem saber o que fazer pode assistir a palestras ou até mesmo conversar com outros profissionais para absorver ideias diferentes e se inspirar. O problema é que as pessoas querem que alguém bata na porta delas dando o pacote pronto para a realização profissional. Esse é um pensamento infantil. Os adultos têm que se empenhar e correr atrás, para criar a sua própria realidade.

Muito se fala hoje em dia sobre a criatividade e a inovação como aspectos fundamentais dentro de um ambiente de trabalho e, principalmente, durante um momento de recessão como este pelo qual estamos passando. Qual a sua opinião sobre isso? De fato, essas duas qualidades influenciam de maneira positiva?
Eu acho que sim, pois a criatividade e a inovação estão em alta, não só pela crise, mas também por causa do mundo que está se reformulando. Está se pensando mais em educação e comunicação, e eu acho que isso é muito importante, pois as pessoas acabam vendo que o mundo e os paradigmas estão mudando; então elas precisam se reinventar. Mas, além da inovação e da criatividade, também temos outro fator muito importante, que é o protagonismo. É preciso ter atitude.

O medo de perder o emprego faz com muitas pessoas fiquem infelizes na vida profissional e pessoal. Qual a importância que a senhora vê em trabalhar o lado espiritual (não religioso) nesse sentido?
A felicidade para mim é uma escolha, e essa escolha tem muito a ver com o sentido da vida. Quanto mais sentido a sua vida tiver, quanto mais clara for a sua missão nesta
vida, mais fácil de ser feliz. Você não se sente ameaçado e tem uma segurança muito grande sobre o caminho que pretende seguir. Quando a espiritualidade está boa, as coisas melhoram ainda mais. Eu digo que a vida é um mar de oportunidades, um oceano de possibilidades e um universo de incerteza. E saber lidar com as incertezas é algo muito importante, principalmente quando você é desapegado. Cuidar da sua espiritualidade ajuda a lidar com as adversidades da vida, e isso é muito perceptível nos resultados dentro da empresa.

Em um de seus inúmeros artigos, a senhora falou sobre os profissionais que acabam complicando o seu próprio sucesso, ao tentarem se tornar superqualificados, supercompetentes e superdiferenciados. O que quis dizer com isso?
É o caminho que se faz ao caminhar. Tem gente que acha que as coisas nunca estão suficientemente boas. É uma autoexigência e um autoperfeccionismo tão grandes, que o estresse acaba aumentando também. Infelizmente não dá para ser bom em tudo, pois, se eu sou uma excelente profissional, acabo tendo que tirar energiade outra parte da minha vida. A questão é saber administrar.

O mercado corporativo mudou muito ao longo dos anos. Basta vermos as diferenças entre as gerações X e Y, que buscam sonhos e realizações diferentes uma da outra. Com tantas metamorfoses, o que se pode esperar do profissional do futuro?
Eu estou muito animada com o profissional do futuro, pois eu vejo que esses jovens estão tendo uma consciência de diversidade e de respeito muito grande em relação ao outro. Percebo que a minha geração e as gerações anteriores sentem essa necessidade de querer mudar sempre alguma coisa no outro. No meu trabalho, eu convido as pessoas a saírem pelas suas vidas procurando não comparar, não criticar e não julgar, pois estamos em um mundo novo que temos que aprender com tudo que está à nossa volta, sejamos nós da geração X ou da Y. Quando eu contrato gente na minha empresa, busco pessoas diferentes de mim e que não tenham os mesmos talentos que eu tenho, até porque, se elas tiverem os mesmos talentos, não vão me complementar.

Quais orientações que a senhora dá para as pessoas que desejam melhorar o seu marketing pessoal e o seu networking?
Hoje está tão fácil essa questão do marketing pessoal e do networking. Na minha época, tinha tanta coisa: era preciso ter fôlder, cartão de visita, e-mail marketing… Hoje, se você souber usar todos esses recursos das redes sociais, pode se promover bastante. O mundo está aí com muitas possibilidades, basta sabermos aproveitar cada oportunidade. Mas é preciso ver o seu segmento para analisar o tipo de networking que se encaixa mais com você. Outra coisa importante é que, mesmo com os benefícios da internet, o olho a olho sempre é mais importante. Essa proximidade gerada com o presencial pode fazer a diferença.


Matéria publicada na edição 129 da Revista ES Brasil.

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