25.9 C
Vitória
sábado, 9 DE novembro DE 2024

ONU enfraquecida é algo que preocupa, diz assessor de Lula

Ao comparar o período atual com a Guerra Fria, Celso Amorim afirmou que a falta de lideranças torna a crise de hoje é muito mais preocupante

O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, manifestou preocupação com o enfraquecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) diante de um dos momentos mais graves da humanidade.

O ex-chanceler aproveitou a participação em um fórum sobre as relações entre Brasil e África para falar sobre a tentativa brasileira de chegar a uma resolução no Conselho de Segurança das Nações Unidas em torno do conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas. Ele afirmou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em Nova York, onde está sediada a ONU, em “tentativa heroica” de aprovar a resolução, ainda não colocada em votação.

Em seu discurso, o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os israelenses sofreram um ataque do Hamas de “características terroristas”. Nesse sentido, frisou que a resolução tem como objetivo defender civis que sofrem na região – citando, além dos israelenses, a população de Gaza -, mas também a própria ONU.

“Como pode as Nações Unidas estarem inertes e inermes diante de situação tão grave quanto a que estamos vivendo hoje?”, questionou o ex-ministro das Relações Exteriores, acrescentando que poucas vezes viu uma situação tão grave.

- Publicidade -

Numa comparação com o período da Guerra Fria, ao lembrar, em especial, da crise dos mísseis de Cuba, em 1962, Amorim considerou que o quadro atual é muito mais grave, envolvendo uma multiplicidade de atores e duas guerras que de alguma maneira se misturam. “Ver a ONU enfraquecida é algo que preocupa extremamente”, lamentou.

“Não havia a disseminação de ódio e polarização das mentes tão grave como é hoje”, comentou Amorim, ao lembrar da guerra nuclear. Ele pontuou que mesmo na crise dos mísseis havia uma racionalidade na condução do conflito e apenas dois homens que decidiam: o presidente na época dos Estados Unidos, John Kennedy, e o primeiro-ministro da União Soviética, Nikita Khrushchev, que chegaram a um acordo.

Ao tratar do tema central do fórum, o intercâmbio comercial e de investimentos entre Brasil e África, Amorim disse que 2024 será o ano da África na diplomacia brasileira. “Tenho certeza de que haverá atenção redobrada em relação à África. É esta a mensagem que trago do presidente Lula.”

Ele pregou que essa cooperação leve em conta não apenas a contribuição humanitária, com vista à redução da desigualdade no mundo, mas também as oportunidades geradas pelo crescimento africano, citando a possibilidade de parcerias na agenda climática. “Há um enorme campo em que podemos contribuir na redução da desigualdade”, declarou Amorim. Com informações de Agência Estado

Receba notícias no seu WhatsApp

Receba as novidades no seu e-mail

Acompanhe nosso canal no Google news

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Publicidade -

Política e ECONOMIA