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sexta-feira, 29 março, 2024

Odebrecht delata caixa 2 para a chapa Dilma-Temer

Em relato que pode influenciar julgamento no TSE, empreiteira admite repasse ilegal de R$ 30 milhões na disputa eleitoral de 2014.

Em um dos depoimentos de executivos da Odebrecht  à força-tarefa da Lava Jato, documentados por escrito e em vídeos, a chapa da presidente cassada Dilma Rousseff e do atual presidente Michel Temer recebeu dinheiro de caixa 2 da empreiteira para a campanha de 2014. Segundo a descrição, houve uma doação ilegal de cerca de R$ 30 milhões paga à coligação “Com a Força do Povo”, que reelegeu Dilma e Temer em outubro aquele ano. O valor representa cerca de 10% do total arrecadado oficialmente pela campanha.

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Até agora, nenhuma das 37 pessoas que prestaram depoimento na ação que investiga a chapa relatou pagamento de caixa 2 diretamente à campanha Dilma-Temer.  E essa revelação da semana passada deverá repercutir no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que apura abuso de poder político e econômico na campanha. Isso porque a fase de instrução na Corte ainda não foi concluída, o que permite que uma das partes ou o Ministério Público peçam o compartilhamento do material da Lava Jato ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, após a homologação das delações.

Outra delação premiada em negociação que deve citar caixa 2 para a chapa Dilma-Temer é a do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura. Eles já sinalizaram que irão relatar pagamento de recursos não contabilizados em 2014, envolvendo a Odebrecht. Um documento da Polícia Federal, revelado pela revista Época, em março, mostrou que Santana recebeu R$ 21,5 milhões da Odebrecht após o pleito de 2014, no Brasil. Mas a proposta de delação da publicitária, que cuidava ao lado do marido das campanhas do PT, ainda estaria em negociação, segundo apuração do Estado.

Defesa
O advogado Gustavo Guedes, que defende Temer no processo do TSE, disse que “desconhece absolutamente o assunto” e só vai se manifestar quando as delações forem homologadas. “É difícil comentar delação em tese”, afirmou. E sobre depoimentos de delatores da Odebrecht serem compartilhados no processo que tramita no TSE, ele afirma que tem dúvidas sobre a possibilidade jurídica de isso ocorrer, uma vez que seria agregar novos fatos ao inquérito.

Defensor da presidente cassada Dilma Rousseff no caso, Flávio Caetano disse que quem responde pelas doações para a campanha de 2014 é o ex-tesoureiro Edinho Silva que, em depoimento ao TSE em novembro, disse que a Odebrecht foi a única empreiteira que repassou dinheiro via diretório do PT. As demais não utilizaram a triangulação e depositaram diretamente na conta da chapa.

Em nota, a Odebrecht declara que não comenta as delações, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça.
Imagem: Reprodução Web

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