Depressão em crianças é mais comum do que muitos imaginam
Por Munik Vieira
Isolamento, choros, tristeza, aperto no peito, dores no corpo… Esses são alguns dos sintomas que transformam a depressão infantil em realidade. Embora não seja tão comum quanto a depressão em adultos, crianças também sofrem com a doença e por isso, ao menor sinal, precisam ser diagnosticadas e tratadas adequadamente.
Não há um consenso sobre a idade em que a depressão inicia na criança, mas alguns estudos mostraram que esta pode se manifestar entre 3 e 5 anos de idade. No entanto, é no início da adolescência, entre os 12 e 15 anos, que surge a fase mais crítica, podendo inclusive surgir com o risco potencial de suicídio.
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Segundo Priscila Dossi, médica psiquiatra com especialização em infância e adolescência, quanto menor a idade, maior é a dificuldade que a criança tem de descrever os seus sentimentos, ou seja, de reconhecê-los e colocá-los em palavras. “Com essa dificuldade de se expressar, em geral, é comum que a criança somatize o problema, queixando-se de dores no corpo, dores no abdômen ou dores de cabeça, camuflando os reais sintomas e, no geral, sem achado clínico para essas dores”, explica.
Causas, sinais e sintomas
A depressão não possui causa única, e sim uma variedade de fatores genéticos e ambientais. Histórico de ambiente familiar desestruturado, abusos, privações ou perdas familiares vivenciadas muito cedo são grandes colaboradores para a depressão infantil.
Dores no corpo, xixi na cama com frequência, irritabilidade, cansaço excessivo, medos também excessivos, perda do prazer em brincar, isolamento social, variações de peso e dificuldades de concentração, são alguns dos achados mais comuns, conforme alerta a Dra. Priscila Dossi.
Diagnóstico
Como já dito, em se tratando de criança o diagnóstico é mais difícil, dependendo também da idade e da maturidade da criança como facilitadores. Porém, alguns comportamentos podem indicar sinais de depressão, não sendo definitivos, mas servindo de auxílio, por exemplo, a birra, que é natural em certa idade, ou à irritabilidade, que também pode aparecer.
O diagnóstico é clínico, muitas vezes sendo feito por meio de uma avaliação interdisciplinar com diferentes profissionais, dentre eles o Psiquiatra Infantil e o Psicólogo, idealmente havendo medidas que possam envolver a família – completa a Dra. Priscila Dossi.
Tratamento
O tratamento em geral é clínico, com terapias que envolvam a criança, a família e também a escola. Ainda, pode se fazer necessária o uso da medicação, que deverá ser prescrita e acompanhada por um psiquiatra infantil.
Se você notar algum desses sinais em seu filho, sobrinho , neto, vizinho, aluno, não ignore, busque ajuda, antes que o quadro evolua.