Para que isso ocorra é preciso ter estradas boas e modais corretos para a entrega, afirma o presidente do Sindiex, Sidemar Acosta
Por Kikina Sessa
O Espírito Santo quer se tornar um hub internacional, concentrando o fluxo de importações e exportações. Mas, para isso, é preciso ter rodovias, ferrovias, aeroportos bem posicionados e portos estruturados. Além dessa infraestrutura necessária, surge um outro desafio para o setor de comércio exterior capixaba: o fim dos benefícios fiscais, em 2032, com a nova legislação tributária.
Antecipando-se ao problema e buscando manter essa matriz econômica, o Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex) criou um conselho estratégico composto por advogados, políticos e dirigentes de entidades e de órgãos, que pensa uma forma de contornar os possíveis danos da mudança tributária.
“Precisamos estar preparados. A vocação do Espírito Santo é o comércio exterior e a logística. Então precisamos estar bem preparados em termos de infraestrutura. Quando olhamos para a Grande Vitória e algumas cidades no interior, nós passamos de 3 milhões de metros quadrados de área coberta, ou seja, nós estamos com uma vantagem pois temos uma retroárea muito boa. Temos mais de um milhão de metros quadrados de área alfandegada e isso nos posiciona bem, tanto é que hoje somos o Estado maior importador de veículos do Brasil. Não só com os eletrificados, temos esse know-how desde o início da reabertura dos portos, a partir da década de 1990”, comenta o presidente do Sindiex, Sidemar Acosta.
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Acosta reforça a preocupação com as mudanças que a reforma tributária vai trazer porque a matriz econômica precisa ser abastecida. “Somos cerca de 4 milhões de habitantes e vamos perder em relação ao consumo. Os estados maiores, como São Paulo e Minas, serão beneficiados”.
Mas nada impede de sermos um Estado pequeno mas muito bom na logística, no escoamento, na importação e na exportação, reforça o presidente do Sindiex.
“Para ser um hub internacional precisamos de rodovias, ferrovias, aeroportos bem posicionados e portos. Isso vai fortalecer e garantir a atividade econômica. Imagino que em 2032 vamos ter sim a manutenção da nossa atividade econômica”, afirma Acosta.
Ele cita como principal gargalo o escoamento. “Precisamos escoar rápido a nossa carga. A maneira de fazer isso é ter estradas boas e modais corretos para fazer a entrega. A logística planeja bem mas depende dos elos para chegar até o consumidor final. Eu acredito que nós estamos nos preparando para isso.”

