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sexta-feira, 19 abril, 2024

O desafio da representatividade: fenômeno comum na sociedade

É essencial que todos aqueles que queiram ser representantes não percam de vista o seu propósito maior: reunir e defender as perspectivas de um grupo

O desafio da representatividade não é algo recente. A capacidade da raça humana em se organizar em comunidades mais sofisticadas proporcionou ao sapiens à supremacia sobre as demais espécies. Assim, nos organizamos em sociedade, cooperamos em torno de objetivos comuns. Nos adaptamos em diferentes ambientes e elegemos representantes para defender nossos direitos.

A qualidade de alguém, um partido, um grupo ou um sindicato exprimir-se verdadeiramente em seu nome, se tornou um fenômeno comum na sociedade. Acima de tudo, a representatividade ajuda a dar voz a grupos de pessoas que compartilham interesses comuns.

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O desafio da representatividade

Há várias formas de representar e de ser representado. E a que escolhi, há três décadas, é o associativismo. Nessa trajetória, percebi o quão difícil é expressar os interesses de um grupo. Pela razão que, mesmo unido por interesses afins, pode vir a alimentar pensamentos divergentes. E nessa caminhada, compreendi as características que os representantes devem possuir.

A primeira delas é não perder de vista quem é representado, o que pensa e deseja, quais  suas perspectivas e objetivos. Isso passa por ter a humildade de ouvir a todos. Assim, entender diferentes pontos de vistas, abraçar novas visões de mundo. Talvez, até mesmo abrir mão das suas. Afinal, sua posição ali é a do grupo, que se sobrepõe ao seu próprio pensamento individual.

Além disso, outro elemento fundamental é a participação. Só consigo representar alguém se eu conhecer, profundamente, o que essa pessoa pensa e o que espera de mim. Se eu estou autorizado para agir o nome do grupo, é preciso que esteja imbuído das responsabilidades de traduzir seus anseios, o que exige colaboração, amplo debate e abertura às opiniões contraditórias.

Conciliar é fundamental

Faz-se necessário, ainda, a adoção de uma postura conciliatória, para, muitas vezes, não decidir entre uma ou outra opção, mas sim construir uma terceira via. Isso passa por adotar a escuta ativa e empática e ser, principalmente, humilde, entendendo que o seu papel não é de usar a autoridade que lhe foi delegada para fazer prevalecer o seu pensamento, mas sim representar a decisão do segmento.

É essencial que todos aqueles que queiram ser representantes não percam de vista o seu propósito maior: reunir e defender as perspectivas de um grupo. Quanto mais os desafios da representatividade forem conhecidos, melhores serão os representantes que teremos.


Egídio Malanquini é empresário e associativista

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