A força do cooperativismo vai além da inovação. Sua perenidade também é sustentada na tradição, representada pelos sete princípios cooperativistas
Por Carlos André Santos de Oliveira
Qualquer líder se preocupa – ou deveria se preocupar – com a perenidade do seu negócio ou da sua instituição. Essa é uma preocupação mais do que válida. É necessária e fundamental. A perenidade vai além de um longo ciclo de vida. Ela também diz sobre a presença, a importância, a credibilidade e a relevância adquirida em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.
Na sociedade atual, para garantir a durabilidade de um negócio, a capacidade de adaptação às mudanças se torna fundamental. As transformações têm ocorrido em uma velocidade crescente, exigindo que as organizações sejam flexíveis e resilientes.
Nesse contexto, o sucesso pertence àquele que melhor se adapta ao ambiente. Em uma referência à Teoria da Evolução de Charles Darwin, assim como na natureza, no mundo empresarial são as organizações que se moldam às novas realidades que sobrevivem.
É exatamente nesse ponto que o cooperativismo se destaca. Com quase dois séculos de história, o modelo de negócio parece ter a chave para a longevidade. Diversos aspectos explicam o fato de as cooperativas expandirem sua presença no mercado e aumentarem a sua relevância social e econômica, mesmo diante de novos desafios.
Um dos fatores de maior destaque é o equilíbrio entre tradição e inovação. Uma pesquisa de imagem realizada pelo Sistema OCB – organização que representa, defende e contribui para o desenvolvimento do cooperativismo no país – revelou que 88% dos entrevistados consideram o movimento cooperativista atual, moderno e inovador. Esses dados comprovam que o modelo de negócio continua sendo relevante ao atender às expectativas de clientes e consumidores no cenário atual.
Entretanto, a força do cooperativismo vai além da inovação. Sua perenidade também é sustentada na tradição, representada pelos sete princípios cooperativistas, que formam a base de sua filosofia e práticas. Os princípios, como a participação econômica dos membros e o interesse pela comunidade, oferecem estrutura sólida para que as cooperativas mantenham sua identidade e, ao mesmo tempo, se adaptem às transformações atuais.
Ao aliar a modernidade à tradição por meio de seus princípios basilares, o cooperativismo demonstra que é possível ser inovador sem perder de vista suas raízes. Uma habilidade que, com certeza, será crucial para fazer esse movimento seguir por um longo futuro.
Carlos André Santos de Oliveira é diretor-executivo do Sistema OCB/ES e vice-presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/ES