Uma liderança com novas esperanças, novas ideias e prioridades
Por Érica Neves
Escrevo esse texto na minha mesa de trabalho, enquanto planejo os primeiros passos da minha gestão na OAB-ES, a partir de janeiro de 2025. A esperança e a empolgação típicas dessa época do ano ganham contornos ainda mais expressivos para a classe da advocacia, que passará a conviver com um novo modelo de trabalho, pensamento e trato.
Acredito que uma liderança nova traz esperança de novo rumo para a instituição. Estamos falando de oxigenação, novas ideias e prioridades: mais compromisso com a classe do que com o poder que a instituição tem. Meu plano tem um norte: uma nova Ordem que vai olhar mais para a advocacia.
A profissionalização da advocacia vai ser fomentada. Será a mola propulsora dessa mudança na Ordem. A Escola Superior de Advocacia (ESA) vai receber muito mais atenção para a formatação de cursos, não só na área de Direito. Vai ter uma inovação muito grande com a ESA Business, voltada para negócios. Há uma exigência muito grande de conhecimentos em que advogados não são tradicionalmente habilitados nas instituições de ensino, como gestão de pessoas, negócios, vendas e marketing.
Alerto a classe de que o ano já começará com a prorrogação do desconto no pagamento da anuidade até 20 de janeiro. Após essa ação, começaremos a estruturar uma mudança robusta: o jovem advogado, quando entrar na profissão, já vai começar a ter um desconto progressivo até o quinto ano, iniciando com 70% de desconto no primeiro ano e chegando a 40% no quinto. E vamos permitir o pagamento da anuidade em até dez parcelas. Assim a anuidade já vai começar a pesar menos para o jovem advogado, mas vai ter mais valor, com retorno em créditos para cursos, incentivando a advocacia a se qualificar melhor.
Para além disso, é preciso dar para a OAB protagonismo nas pautas sociais e devolver o respeito institucional. É preciso ter as pessoas certas nos lugares certos, nos conselhos estaduais, como os de proteção à criança e ao adolescente, de direitos humanos, das mulheres – somente para citar alguns. Temos assentos garantidos por lei que, por vezes, não são ocupados. Entendo que a Ordem precisa voltar a ser protagonista dos grandes debates institucionais de que já não faz parte há muito tempo.
Se ela passa a ser ética e transparente por dentro, ela estará pronta para ser relevante e altiva da porta do Edifício Ricamar para fora. O diálogo deixou de ser uma ferramenta para a Ordem. Vamos ter diálogo com o sistema judicial de forma efetiva, constante e produtiva e com todas as instituições da sociedade.
Finalizo me recordando da primeira entrevista que concedi, minutos após o resultado das eleições ser declarado. Ao telefone, disse para uma jornalista que essa era a maior honra da minha vida. Agora, passada a euforia, complemento: a maior honra da minha vida também será honrar a classe com uma gestão humana, transparente e que carregue o amor pela advocacia. E isso, eu tenho de sobra.
Érica Neves é presidente eleita da seccional do Espírito Santo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES)
*Artigo publicado originalmente na revista ES Brasil 225, de dezembro de 2024. Leia a edição completa da Retrospectiva 2024 aqui.