Mostra apresenta animais e partes do corpo humano preservados em processo especial de conservação
Por Jessica Coutinho
Uma exposição itinerante promete revelar os segredos da vida selvagem e da plastinação no Espírito Santo. Trata-se da mostra “Moradores da Flores”, que reúne mais de 100 amostras plastinadas de animais, incluindo espécies emblemáticas como a onça-pintada, jaguatirica, anta e harpia, além de modelos anatômicos humanos. Ela está em cartaz no Ifes de Montanha até o próximo sábado (19) e segue para Vila Velha (de 23 a 25 de outubro) e Colatina (de 26 de novembro a 13 de dezembro).
Em cada parada da exposição, será oferecido um curso de formação para professores e pedagogos da Educação Básica – para a de Montanha, as inscrições já estão encerradas.
A exposição “Moradores da Floresta” é uma realização da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Museu de Ciências da Vida (MCV), Laboratório de Plastinação da Ufes (Labplast) e Centro de Ciência da Saúde da Ufes. As visitas podem ser feitas diretamente no espaço ou por meio de agendamento, no caso de grupos, através do site https://mcv.ufes.br/agendamento-para-escolas.
E o que seria a plastinação de corpos? “Esta é a técnica mais moderna de preservação de tecido biológico que existe. Os egípcios já faziam a mumificação há 4 mil anos, que também é uma técnica de preservação, mas nela acontece um encolhimento dos corpos, e com o tempo, insetos e outros organismos podem se alimentar daquela matéria orgânica, mesmo que seca. A plastinação resolve esse problema de outra forma. Retiramos toda a água do corpo, e substituímos por algum plástico, como silicone, poliéster, epóxi – isso pode variar de acordo com a técnica usada. O plástico passa por um processo de cura, e como não é biodegradável, vai preservar os corpos sem a possibilidade de ataque por microrganismos – ninguém gosta de comer plástico, né?”, explica o Prof. Dr. Athelson Stefanon Bittencourt, coordenador do Museu de Ciências da Vida e Laboratório de Plastinação da Ufes e curador da exposição.
Bittencourt viajou aos Estados Unidos para aprender em primeira mão como funciona a técnica que não era tão comum no Brasil. “É uma ressignificação dos corpos dos animais que foram vítimas de atropelamento em nossas estradas ou de caça ilegal nas reservas biológicas do estado. E através desses animais, que agora ganham vida na exposição, a gente consegue trabalhar a conscientização da população, a educação científica e ambiental, e muitas outras questões que vêm de um trabalho como esse”, completa o professor
Montanha foi escolhida na esperança de levar para locais além da capital Vitória, o acesso a exposições, compartilhando conhecimento acadêmico com aqueles que talvez nunca teriam acesso a algo do tipo. Os visitantes terão a oportunidade de compreender a importância da preservação do meio ambiente, enquanto são apresentados a uma técnica científica de ponta, que ajuda a conservar corpos sem a deterioração comum causada por micro-organismos.
Além da mostra interativa, os visitantes participarão de sessões de acolhimento conduzidas por mediadores, que apresentarão o funcionamento da universidade e suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. “Queremos que os alunos vislumbrem a possibilidade real de estudar na UFES ou em qualquer outra universidade pública”, comenta Athelson.
SERVIÇO:
EXPOSIÇÃO MORADORES DA FLORESTA
Local: Ifes, Campus Montanha, Palhinha Rodovia ES-130, Km 1, Montanha
Data: 10 a 19 de outubro de 2024
Horário de Segunda a Sexta: 8h30 às 12h e 13h30 às 17h
Horário Especial nos dias: 14,15 e 16/10: 8h30 às 12h e 13h30 às 20h
Sábados: 8h30 às 15h (dia 12/10) e 8h30 às 11h (dia 19/10)
Entrada gratuita