Apenas em outubro foram 792.821 sacas negociadas para exportação. Nos 10 primeiros meses de 2024 a receita cambial acumulada passa de R$ 8,5 bilhões
Por Kikina Sessa
Com a média mensal do preço da saca de café (60 quilos) mantendo-se acima de R$ 1.400, tanto para o arábica como para o conilon, os resultados com as exportações do café capixaba já passam de R$ 8,5 bilhões (a receita cambial acumulada em 2024 é de US$ 1.476.581.220,25).
No mês de outubro, de acordo com informações do presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), Fabricio Tristão, o Espírito Santo exportou 792.821 sacas. Os 2.478 contêineres que saíram do Estado transportaram 567.320 sacas de conilon; 177.026 de café arábica e 48.475 de café solúvel.
As negociações registraram em outubro um preço médio de US$ 254,62 que movimentaram uma receita de US$ 201.873.357,22. Já a receita cambial acumulada em 2024 é de US$ 1.476.581.220,25, equivalente a 7.091.719 sacas de 60 kg, a um preço médio de US$ 208,21 por saca.
Novos mercados
O café capixaba está conquistando novos mercados. A Índia é um deles. Um acordo inédito para a Cooabriel resultou no envio de 21 contêineres de café para o país do sul asiático.
A abertura deste mercado, cujas tradições denotam preferência por chás, representa uma oportunidade promissora. O consumo de café na Índia está em crescimento, impulsionado por novos hábitos e mudanças no perfil socioeconômico e cultural dos indianos.
“Há uma tendência de aumento no consumo em países onde antes se destacavam outras bebidas que não o café, a exemplo de Japão, China e da própria Índia”, analisa a gerente de exportação e sustentabilidade da Cooabriel, Renata Vaz.
A negociação inédita foi recebida com otimismo pela cooperativa e acontece em um momento de novos arranjos no mercado internacional, que sofre influência de condições climáticas e dificuldades logísticas em importantes origens produtoras, o que, por sua vez, dá tom ao aumento expressivo no volume de exportações brasileiras.
“São oportunidades que o café brasileiro está acessando em mercados até então menos explorados ou onde ainda não havia conquistado uma participação significativa”, considera Vaz.
Neste cenário, o conilon capixaba também galga uma importante expansão, conforme pontua o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello. “O avanço expressivo da qualidade, combinado à adoção de processos produtivos cada vez mais sustentáveis, contribuem para que a variedade se torne atrativa ao mercado internacional, representando um momento muito favorável para o conilon”, avalia o presidente.
Embora o momento atual se apresente ‘de vento em polpa’, com novas fronteiras e mercados sendo acessados, questões logísticas relacionadas aos embarques nos portos brasileiros exigem atenção.
“Para continuar mantendo esses mercados como pautas de exportação, é preciso ter eficiência logística, uma vez que a regularidade de entrega é primordial para a manutenção desses mercados e determinante para a competitividade frente a outros países produtores”, finaliza Vaz.