O setor de condomínios logísticos e industriais, que já vive um momento de expansão, prevê que em 5 anos seja dobrada a área construída de galpões no conceito Triple A no Estado
Por Kikina Sessa
O fim dos benefícios fiscais em 2032, previsto na reforma tributária, não está preocupando o setor logístico capixaba que prevê dobrar a atual capacidade instalada de armazéns no Espírito Santo (no conceito Triple A, com alto padrão de qualidade, eficiência energética e tecnológica) nos próximos 5 anos. Hoje, são 2 milhões de metros quadrados já edificados e em operação.
Incentivos fiscais concedidos pelo governo do Estado nas últimas décadas alavancaram o comércio exterior capixaba que, por consequência, movimentou todo o setor, demandando, área para armazenagem dos produtos.
O que poderia ser uma ameaça a esse crescimento, o fim dos incentivos, não preocupa empresários da área, pois acreditam que o Espírito Santo, com sua localização estratégica e área portuária em expansão, irá sustentar esse crescimento no futuro. Tanto que novos investidores estão chegando, como a Apex Partners, que anunciou R$ 118 milhões em centro logístico na Serra. O setor conta com algo em torno de 10 investidores no Espírito Santo.
“Não tenho medo nenhum em investir no Espírito Santo e nem em achar que vamos ter um revés nessa situação, porque não vamos ter. O que precisamos é nos preparar para estarmos modernos e com novos produtos no mercado. Temos um dever de casa que é construir uma malha rodoviária e ferroviária um pouco melhor para saída do Estado, duplicando rodovias e ampliando ferrovias e aeroportos. Já temos grandes empresas e outras grandes empresas estão vindo”, declara o CEO da TX Negócios, Sandro Marcio Viturini.
No momento, a TX está construindo o condomínio logístico Areia Branca, às margens da Rodovia do Contorno, em Cariacica, com previsão de conclusão no segundo semestre de 2025. Da área total de 320 mil metros quadrados, 170 mil m² vão ser destinados à área bruta locável (ABL), em padrão Triple A.
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Mais 2 milhões de metros quadrados de armazéns no ES nos próximos 5 anos - O setor de condomínios logísticos e industriais, que já vive um momento de expansão, prevê que em 5 anos seja dobrada a área construída de… Presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado (Sindiex), Sidemar Acosta reforça que o boom dos galpões logísticos no Espírito Santo nos últimos dois anos se deu, principalmente, por causa da prorrogação dos incentivos fiscais até 2032. Segundo ele, esses investimentos, concentrados em cidades como Serra, Cariacica e Viana, são frutos da segurança jurídica e também do reconhecimento do Espírito Santo em ser um hub logístico brasileiro.
“Os galpões recebem as mercadorias oriundas das importações e servem para que as mesmas sejam distribuídas pelo Brasil. Para se ter uma ideia, de janeiro a julho deste ano, o Espírito Santo exportou US$ 6,1 bilhões, um crescimento de 12,9%, se comparado com o mesmo período do ano passado; enquanto que importou um montante de US$ 8,6 bilhões, um incremento de 65%.”
Inauguração
Ampliando a oferta para locação, entra em operação nesta sexta-feira (23) um novo complexo de galpões logísticos em Viana. O empreendimento, da Raizz Capital, inicia as atividades com o Grupo Embol e Jeolog Transportes, que vão ocupar uma área de 10 mil metros quadrados.
Os galpões são Triple A, desenvolvidos para oferecer facilidades a mais, como pé direito acima de 12 metros e pisos nivelados a laser, por exemplo.
A Jeolog Transportes, fundada em 2005, é líder no setor de transporte de cargas e encomendas, em todo o território nacional, com 18 unidades matriz e 17 filiais. O grupo Embol, por sua vez, nasceu em Minas Gerais, e está presente no mercado desde 1990 com um mix de produtos que compreende embalagens e descartáveis, produtos para casa e escritório, materiais de limpeza e produtos alimentícios relacionados a sorveteria, confeitaria e foodservice.
Só na primeira fase das obras do Raizz Viana – que abrange, ao todo, 40 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) – o investimento foi de R$ 100 milhões. No total, o condomínio terá três galpões, divididos em duas fases de intervenções, somando 80 mil metros quadrados de área bruta locável, em um investimento total de R$ 170 milhões.
