Captação de água no rio se deu após longo período de estiagem e seca do rio Santa Maria da Vitória em 2016. Ação passou a beneficiar mais de 700 mil pessoas
Por Daniel Hirschmann
Em 2017, o Espírito Santo sofria com um prolongado período de estiagem que levou ao limite a capacidade de abastecimento da região da Grande Vitória pelo rio Santa Maria da Vitória. Em maio de 2016, o governo estadual havia decretado estado de emergência em todo o seu território em função da seca, considerada a pior de sua história. Como resultado, a Cesan antecipou de 2020 para 2017 a construção e operação da infraestrutura necessária para captar água do rio Reis Magos, que corta o município da Serra, um dos maiores dos sete que compõem a Região Metropolitana. Além de ser o mais populoso, o município abriga um grande polo industrial e de serviços.
O novo sistema teve e tem importância fundamental para a segurança hídrica da Grande Vitória, pois é capaz de fornecer mais de 43 milhões de litros de água tratada por dia, beneficiando diretamente 150 mil moradores de Serra e indiretamente 700 mil habitantes da Região Metropolitana, aliviando a sobrecarga sobre o Sistema Santa Maria da Vitória.
O rio reis Magos integra o conjunto de cursos d’água que constituem a chamada Região Hidrográfica Litoral Centro-Norte, que fica na Região Hidrográfica Atlântico Sudeste (divisão hidrográfica nacional instituída pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos). Tem área de 3.110 km² e abrange na totalidade os municípios de Aracruz e Fundão e, em grande percentual, os municípios de Ibiraçu e Serra, além de João Neiva, Santa Teresa, Santa Leopoldina, Linhares e Vitória, com população estimada em mais de 600 mil habitantes (dados de 2019). Seus principais rios são Reis Magos/Fundão; Piraquê-Açu; Riacho; e Jacaraípe, que recebe as águas dos córregos Juara e Jacuném, dentre outros cursos hídricos menores.
*Matéria publicada originalmente na revista ES Brasil 222, de julho de 2024. Leia a edição completa do Anuário Verde sobre águas aqui