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sexta-feira, 29 março, 2024

Luiz da Silva Alves d’Azambuja e Susano

De escriturário a promotor público, o ex-seminarista prestou importantes serviços ao ES

Uma caminhada pelo Centro, um bairro turístico e histórico, na cidade de Vitória, é apenas uma entre muitas rotas que permitem um resgate da cultura e sobretudo da história capixaba. Um bom exemplo é trajetória de vida do historiador Luiz da Silva Alves d’Azambuja e Susano, que empresta seu nome à rua Doutor Azambuja, localizada no bairro com os principais patrimônios históricos da capital. Mas afinal, quem foi Luiz, de onde veio, e qual foi a sua jornada no Espírito Santo?

Com o processo de colonização do Brasil, vieram de Portugal numerosas instituições religiosas, destacando-se, entre nós, os jesuítas, com ênfase especial ao nome de José de Anchieta.

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A conversão ao catolicismo dos primitivos habitantes indígenas propiciou a criação de institutos de ensino religioso, mais tarde os seminários, que foram os primeiros núcleos de eficiente processo de educação implantados no país – como o do Caraça, instalado no alto da serra com esse nome em Minas Gerais, e por onde passaram importantes vultos da vida capixaba.

Esse fato explica a presença de sacerdotes e seminaristas em postos governamentais, sobretudo na área da educação, portadores de boa cultura e capacidade de transmitir saberes.

Luiz da Silva Alves d’Azambuja e Susano, nascido no dia 20 de agosto de 1971, na freguesia de Campo Grande, no Rio de Janeiro, foi um desses exemplos. Realizou os seus estudos no Seminário de São Joaquim, internato para aqueles que se destinavam a ser padres, uma tradição nas famílias do seu tempo. Já prestes a ordenar-se, no entanto, nosso personagem abandonou o seminário e transferiu residência para Vitória, no Espírito Santo, onde lecionou Latim.

No dia 22 de março de 1822, como registra vocabulário da época, “era escriturário da Contadoria da Fazenda, quando os sucessos da Independência sob D. Pedro I o chamaram a fazer parte da Junta Provisória, que passou a governar a capitania, da qual foi escolhido seu secretário”. Registros indicam que, já em 1821, exercia ele esta função.

Depois, ocupou o cargo de inspetor da Tesouraria (1846), até aposentar-se em 1856. Retornou à mesma função no período de 9 de fevereiro de 1861 a 22 de março de 1867.
Foi também tesoureiro da Fazenda, em 1866, juiz de paz e deputado provincial, fazendo parte do primeiro quadro de deputados provinciais de 1835, ao lado de outros três sacerdotes: Pe. João Luiz da Fraga Loureiro, Pe. Ignácio Felis de Alvarenga Salles e Pe.

João Clímaco de Alvarenga Rangel. Na eleição para deputado provincial, foi o mais votado, com 62 votos, escolhido também presidente da Assembleia, com a maioria de 12 votos dos parlamentares. Reelegeu-se para a 2ª legislatura (1838/39), 3ª (1844/45), 5ª (1844/45), 6ª (1846/47), 7ª (1848/49), 8ª (1850/51) e 9ª (1852/53), numa frequência que evidencia seu prestígio na província.

Com vocação para as letras, exerceu fértil atividade literária, a partir do ano de 1847. Deixou obras importantes como “O Capitão Sylvestre e Frei Velloso” além de Compêndios de Ortografia, Agricultura, Gramática, Aritmética, entre outras produções. Em 13 de dezembro de 1859, foi nomeado para o cargo de subdelegado de polícia do 2° distrito da cidade de Vitória.

No ano de 1870, foi nomeado interinamente para o cargo de promotor público. Em 17 de setembro de 1870 foi nomeado inspetor do Tesouro e exonerado em 11 de setembro de 1871.

Luiz da Silva Alves d’Azambuja e Susano residiu no Espírito Santo durante 62 anos ininterruptos. Foi casado com D. Joanna Pinto dos Santos Lisboa. Faleceu na cidade de Vitória em 16 de agosto de 1873, aos 82 anos de idade, e foi sepultado no Cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento. (Mitra – Livro de Óbitos da Paróquia Nossa Senhora da Vitória – 1870/1883 – Catedral – n° 395- p.43).

 

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