Nas últimas duas décadas, ElBaradei, considerado o único diplomata a manter credibilidade e respeito no mundo árabe e no ocidental, esteve no centro dos maiores conflitos do planeta. E sua experiência em negociação e relação entre países divergentes agora é o tema principal do livro “A era da ilusão”, onde o autor narra sua relação com os Estados Unidos, as negociações com o Irã, os protestos em prol da democracia no Oriente Médio e uma perspectiva de futuro sobre armas nucleares.
Como diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, ElBaradei esteve no centro das negociações com a administração Bush durante a invasão do Iraque, e precisou lidar com as aspirações nucleares da Coréia do Norte e o impasse do Ocidente com o Irã. Graças aos seus esforços para controlar a proliferação nuclear, ElBaradei e sua agência receberam o Prêmio Nobel da Paz em 2005.
Em “A era da ilusão”, ElBaradei nos leva para dentro dessa e de outras várias disputas internacionais que estouraram no Oriente Médio nos últimos anos, a partir dos atentados de 11 de setembro nos EUA. Inspetor, conselheiro e mediador, ele vai de Bagdá, onde oficiais iraquianos tristemente previam a guerra que estava por vir, aos bastidores de conversas com Condoleezza Rice e às ruas de Pyongyang, seguindo o rastro de contrabandistas nucleares paquistaneses.
Acima de tudo, ElBaradei ilustra que a segurança das nações está totalmente relacionada à segurança dos indivíduos, dependendo não apenas de desarmamentos, mas de um compromisso universal de dignidade humana, valores democráticos e liberdade de expressão.