23.9 C
Vitória
sexta-feira, 14 DE fevereiro DE 2025

O que falta para a Samarco voltar a funcionar?

Após conquistar a licença para uso de uma cava, falta um passo para a empresa operar com um terço da capacidade.

O rompimento da barragem de Fundão da mineradora Samarco, em Mariana, aconteceu em novembro de 2015 e não apenas causou a morte de 19 pessoas e afetou 39 cidades da Bacia do Rio Doce, entre Minas Gerais e Espírito Santo. O desastre também trouxe como consequência grande impacto econômico e, por isso, social.

Somente dois anos após a tragédia, a empresa conseguiu a primeira licença ambiental e deu importante passo para voltar a funcionar. Agora, o que falta é a aprovação do licenciamento operacional corretivo (LOC), proposto pela companhia, que prevê o tratamento dos rejeitos minerais e a reutilização de águas residuais.

Desde então, as operações estão paralisadas no Complexo de Germano (MG), nos minerodutos e no Complexo Industrial de Ubu, em Anchieta (ES). Os municípios já registraram grande queda na arrecadação de impostos, em consequência de demissões de funcionários e da redução de vendas nos comércios locais.

A situação dos lugares mais afetados economicamente pode melhorar com a sinalização do retorno das operações da Samarco em Mariana. A empresa já conseguiu, no fim do ano passado, uma importante licença para instalação de uma cava localizada no interior do próprio complexo para depósito dos rejeitos da produção mineral.

- Publicidade -

Em outubro de 2016, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) cancelou todas as licenças ambientais do Complexo de Germano. Então, a empresa propôs o processo de LOC para incorporar novas soluções no tratamento de rejeito e regularizar as permissões.

“Os estudos realizados comprovam que a retomada das operações da Samarco é viável e segura”, afirma o diretor-presidente, Roberto Carvalho. “Tivemos muitos aprendizados e propomos novas soluções para tratamento dos rejeitos.”

Cava de Alegria Sul

O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) de Minas Gerais aprovou a primeira licença ambiental da mineradora em 11 de dezembro. Agora, a Samarco pode fazer as obras de adaptação da Cava de Alegria Sul, que é um buraco escavado pela extração de minério. A cava é um espaço que pode confinar mais de 14 milhões de metros cúbicos de material.

Com base em estudo de impacto ambiental referente ao LOC, a Samarco planeja filtrar o rejeito arenoso, que corresponde a 80% do total gerado após beneficiamento do minério de ferro. A filtragem retirará a água, permitindo o empilhamento do material. Os outros 20% são de lama, que deve ser adensada. Esse processo também retira água do rejeito e reduz o volume destinado à cava.

De uma maneira ou de outra, há a geração de água residual que pode ser reaproveitada. Além disso, a empresa aumenta a vida útil do lugar e a expectativa é de que a cava possa funcionar como depósito por cinco anos. Sem esses processos, ela suportaria 20 meses de atividade.

Volta das operações

A preparação da cava de Alegria Sul precisa de cerca de seis meses, após o início dos trabalhos. Atualmente, a companhia possui reservas de 2,86 bilhões de toneladas de minério. A intenção é iniciar as operações com um terço da capacidade, recorrendo a apenas um dos três concentradores. A projeção era de retomar 60% da capacidade, mas a Prefeitura de Santa Bárbara não suspendeu a permissão para captar a água necessária. A Samarco, então, só pode usar fontes internas e já outorgadas.

Receba notícias no seu WhatsApp

Receba as novidades no seu e-mail

Acompanhe nosso canal no Google news

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 225

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Publicidade -

Política e ECONOMIA