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quarta-feira, 4 DE dezembro DE 2024

Lideranças da indústria capixaba debatem Nova Política Industrial em encontro nas montanhas

O 15º Meeting de Líderes Industriais, realizado pela Findes e Cindes, aconteceu em Pedra Azul, Domingos Martins

Por Redação

A Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial lançada neste 2024 pelo governo federal, foi o tema do 15º Meeting de Líderes Industriais, que reuniu empresários e lideranças em Pedra Azul, Domingos Martins. Realizado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e pelo Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), o evento é tradição no calendário capixaba.

O primeiro a falar sobre o tema foi o doutor em Economia, professor de economia na FGV-SP, conselheiro da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.

O tema abordado pelo economista foi o desenvolvimento econômico como uma forma de aprendizagem industrial produtiva. Ao longo de sua apresentação, trouxe exemplos de como países como Taiwan, Suíça e Holanda se desenvolveram e enriqueceram a partir do desenvolvimento industrial. Gala afirmou ainda que o avanço econômico está conectado ao domínio de tecnologias avançadas. Dessa forma, países que lideram em inovação tecnológica tendem a possuir economias mais robustas e influência geopolítica significativa.

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“Os países ricos continuam fazendo commodities e agro, a exemplo EUA, França e Espanha –, mas também são potências industriais e tecnológicas. O Brasil também é uma potência em commodities e no agronegócio, o que falta é virar uma potência industrial e tecnológica. Temos muitas oportunidades surgindo para que isso aconteça, a exemplo das tecnologias ligadas à transição verde. Precisamos usar do setor agro e das commodities para alavancar valor e nos industrializar”, afirmou.

A segunda palestra foi feita pelo secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira Lima. Doutor em Desenvolvimento Econômico, ele abordou os caminhos para a neoindustrialização brasileira. Wallace apontou a capacidade que a indústria tem de gerar empregos mais qualificados e com melhor remuneração não apenas dentro o setor, mas também para o segmento de serviços.

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“Quando pensamos em neoindustrialização, temos que pensar no efeito de transbordamento e do adensamento das cadeias produtivas. Países de alta complexidade tecnológica geram empregos de alta renda. Por isso, que a indústria impacta nos tipos de empregos gerados no setor de serviços, já sendo mais tecnológicas vão precisar de serviços de maior valor agregado”, comentou.

A terceira palestra foi realizada pelo superintendente da Área de Desenvolvimento Produtivo e Inovação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Paulo Pieroni, que abordou as linhas de financiamento oferecidas pela instituição e que fazem parte da Nova Indústria Brasil (NIB), além de ter dado o caminho para acessá-las. “Começamos a observar no Brasil uma expansão da capacidade produtiva”, avaliou.

A mesa-redonda “A NIB e seu reflexo no ES” encerrou a programação do 15º Meeting de Líderes Industriais. Ela contou com a participação do governador em exercício, Ricardo Ferraço, do vice-presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Léo de Castro, e do diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Marcelo Saintive.

Desenvolvimento industrial

Lideranças da indústria capixaba debatem Nova Política Industrial em encontro nas montanhas
Paulo Baraona: “Com a NIB, temos a oportunidade de redesenhar e fortalecer as bases da nossa economia industrial” – Foto: Divulgação

O presidente da Findes, Paulo Baraona, em seu discurso de abertura falou sobre o futuro. “Com a NIB, temos a oportunidade de redesenhar e fortalecer as bases da nossa economia industrial. Se olharmos mundo afora, a indústria foi a grande responsável por transformar nações que são hoje grandes potências. Fazer política de desenvolvimento industrial é o que vai ajudar o país a crescer, se fortalecer e gerar oportunidades, não só para a indústria, mas todos os setores econômicos”, apontou.

Baraona ainda lembrou alguns dados importantes sobre o setor. “A indústria representa 38,3% do PIB capixaba, são mais de 19 mil indústrias no Estado, entre pequenas, médias ou grandes, que geram quase 253 mil empregos formais diretos. Além disso, é o setor que mais investe em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia e inovação, quase 70%, no país”.

O governador em exercício, Ricardo Ferraço, participou do debate e afirmou que “O Espírito Santo é um Brasil que vem dando certo. Temos muitos desafios, mas a cada ano que passa vamos superando-os com apoio de segmentos estratégicos como a indústria”.

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