Programa lançado pelo Governo do Estado trabalhará nas áreas produtoras de cacau, principalmente no norte do Estado.
Mais incentivos para renovar as lavouras de cacauicultores capixabas e combater pragas e doenças. Com o programa de Revitalização das Áreas Produtoras de Cacau do Espírito Santo, lançado na manhã desta quarta-feira (14), em Linhares, a meta é recuperar dois mil hectares de plantios doentes ao ano e atingir a produção de 14 mil toneladas de amêndoas por ano, em 2015.
O Governo do Espírito Santo desenvolve o programa, também chamado de “Cacau Sustentável”, para elevar a competitividade nos plantios tradicionais e favorecer a implantação de lavouras em sistemas agroflorestais. Os produtores terão acesso a mudas resistentes a vassoura-de-bruxa (doença que ataca a lavoura e compromete a produção), crédito financeiro com condições diferenciadas, assistência técnica direcionada, pagamento por serviços ambientais e outros estímulos.
Com o programa, pretende-se recuperar os níveis de produção e produtividade das lavouras, alcançados antes da incidência da doença, num prazo de 10 anos. O Estado chegou a produzir 12 mil toneladas por ano com índice de 35 arrobas por hectares. Em 2001, os números caíram para 4 mil toneladas por ano, com produtividade de 12 arrobas por hectare.
De acordo com o governador Renato Casagrande, “as atividades diversificadas, no Espírito Santo, sustentam de forma estável o desenvolvimento, bem como outras atividades da economia que geram emprego, renda, ou seja, o dinamismo da Região – que está diretamente ligado, em muitos municípios, à agricultura. Hoje, celebramos esse programa, que já está em execução, porque temos diversas atividades preparatórias, como a compra de mudas, e já são mais de 300 mil em dois anos. Assim, vamos estruturando as nossas cadeias produtivas”, destacou.
O diretor geral da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Helinton José Rocha, lembrou a importância da participação dos agricultores para que programas como o “Cacau Sustentável” deem certo. “A Ceplac vai trabalhar para fortalecer as parcerias que estão ajudando na recuperação da lavoura cacaueira. Em toda boa agricultura, os produtores precisam participar e é isto que estamos vendo aqui no Estado”, afirmou Rocha.
“Desenvolvemos o programa de revitalização da lavoura cacaueira porque temos confiança na ciência e na transferência de tecnologia para o produtor rural. Para dar condições aos produtores, os bancos equipararam as linhas de crédito, oferecendo carência e juros adequados à realidade do setor. O Governo do Estado já desenvolve várias ações no ramo da cacauicultura, mas agora vamos fazer um programa integrado, com nova roupagem e maior abrangência”, afirmou o secretário Enio Bergoli.
O diretor-presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, destacou a importância da revitalização das áreas produtoras de cacau no Estado e o serviço de assistência técnica. “Temos a certeza que será um grande sucesso essa revitalização, pois a integração entre os parceiros e o Governo do Espírito Santo vai elevar nosso patamar de produção e produtividade gerando renda aos produtores e um genuíno produto capixaba de qualidade para o mercado consumidor nacional e internacional”, afirmou.
“O esforço que estamos fazendo só vai funcionar se o produtor entender que ele é o principal agente de mudança. Procuramos criar esforços para sermos bem sucedidos e superarmos os momentos difíceis que enfrentamos no passado. Alguns dos produtores conseguiram superar as dificuldades, mas muitos ainda enfrentam o problema das doenças na lavoura”, declarou o presidente da Associação dos Cacauicultores de Linhares (Acal).
O evento foi realizado na Estação Experimental ‘Filogônio Peixoto’, que pertence à Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).