23.9 C
Vitória
quarta-feira, 30 DE abril DE 2025

Lar divertido Lar

Pandemia mudou o comportamento do capixaba em relação ao lazer. A casa passou a ser o centro de diversão das famílias

Por Leulittanna Eller Inoch 

Se tem uma coisa que a pandemia proporcionou de sobra aos brasileiros durante o período de isolamento social foi tempo, mais tempo em casa e com a família. A casa, que antes era um espaço para ficar um curto período do dia, passou a abrigar todas as atividades, anteriormente, feitas do lado de fora. Com as crianças fora da escola, cinemas fechados, praças e parquinhos isolados as famílias começaram a pensar em outras formas de se divertir.

A sala, quem diria, agora é usada para algo mais que assistir tv, reuniu crianças e adultos em jogos de tabuleiro, quebra-cabeças e até para contar de histórias.

Foi o que aconteceu na casa de Siméria e Leonardo Ribeiro, eles tem duas filhas pequenas, Laura de seis anos e Isabel de quatro, eles contam que antes da pandemia a família tinha uma rotina bem agitada, as crianças iam pra escola, o marido trabalhava e os dois faziam faculdade, mas que quando a quarentena começou e eles se viram ociosos, perceberam que teriam de buscar novas formas de preencher o tempo livre.

“No começo foi difícil, as crianças precisavam gastar energia e não dava pra fazer isso da forma usual, sair com elas, foi quando decidimos investir em jogos de tabuleiro, inclusive alguns que fizeram parte da nossa infância” Diz Siméria Ribeiro.

Lar divertido Lar

A refeição foi outra grande mudança, nada de lanches rápidos ou almoços corridos, sentar a mesa, um hábito já perdido por muitos, passou a ser mais um momento apreciado em família.

“A gente saia muito, era um momento de lazer nosso, mas durante a pandemia não dava mais, com isso redescobrimos a nossa casa, passamos a olhar pra ela com outros olhos. Quase não apreciávamos o mesão que temos na varanda e com mais tempo em casa começamos a tornar nossas refeições um momento esperado do nosso dia”.

Streaming

Em uma pesquisa inédita feita pela Nielsen Brasil e pela Toluna, com foco em hábitos e tendências do consumo digital, revelou que 42,8% dos brasileiros assistem a conteúdos de streaming todos os dias, enquanto outros 43,9% tem essa prática ao menos uma vez por semana.

O estudo ainda apontou que 73,5% dos brasileiros entrevistados usam algum tipo de plataforma como Netflix, Globoplay e Amazon Prime.

Durante a pandemia esse consumo se intensificou ainda mais. Em Estudo elaborado pela Coviva, plataforma de monitoramento de streaming, o uso desses serviços cresceu 20% desde o inicio da pandemia. Um outro estudo, apontou que, em comparação aos três primeiros meses de 2019, o primeiro trimestre de 2020 apresentou aumento de 79% em horas vistas de vídeos sob demanda, categoria na qual estão Netflix, Amazon Prime Video e outros.

Lar divertido Lar
Os serviços de streaming também dispararam durante a pandemia.
Foto: Leulittanna Eller Inoch

Leonardo Ribeiro trabalha no setor administrativo de uma escola e conta que antes da pandemia já usava serviços de streaming, mas que durante a quarentena ele e a família intensificaram muito o uso desse serviço. “Nós já assistíamos, mas era apenas a noite ou no fim de semana, quando não saíamos. Depois que paralisou tudo começamos a fazer verdadeiras sessões de cinema em casa”.

E quem pensa, que com tanta coisa pra fazer, os telefones ficaram de lado se enganou. Os smartphones também foram muito utilizados no acesso a serviços de streaming, eles respondem por 64,8%, à frente de laptop/notebook/desktop com 56,3%, tabletes (18,2%) e consoles de jogos (13%), de acordo com a pesquisa da Nielsen Brasil em conjunto com a Toluna.

Quebra-quebra

Vontade de mudar também foi o que acometeu Vanessa Fantoni, Casada com Filipe Locatelli e mãe de quatro filhos, ela atuava como radiologista e o lugar onde trabalhava parou por mais de 60 dias durante o período mais crítico da pandemia. Com mais tempo em casa ela se viu querendo aproveitar melhor a cozinha e a área de estar da família, foi quando resolveu, por conta própria, derrubar a parede que separava os cômodos e ampliar o espaço.

“Eu estava tão cansada daquele espaço minúsculo, eu sentia falta de algo maior, que pudesse ser melhor utilizado e aproveitado pela minha família. Desenhamos o projeto do novo espaço como queríamos e começamos a planejar tudo.” conta Vanessa

Com todos os serviços paralisados, Vanessa e o marido Filipe resolveram por a mão na massa sozinhos. “Não tínhamos qualquer experiência com obras, então fomos para o youtube e assistimos vários vídeos de como quebrar a parede e construir uma ilha do zero, foi assim que fizemos”.

Segundo Ilson Bozi, Diretor da Fecomércio e membro da Associação dos comerciantes de materiais de construção no Espírito Santo (Acomac-ES), durante a pandemia ouve uma alta na procura por materiais de construção: “Passamos a ter um aumento nas vendas de forma significativa. Em junho foi de + 26%, julho +16%, agosto +13%, setembro +1% e outubro + 5%, novembro.”

Toda essa mudança foi reflexo de como as pessoas passaram a utilizar os espaços durante o isolamento. Salas, cozinhas, varandas, todos os cômodos ganharam outros significados e precisaram ser reformados para abrigar as novas necessidades dessas famílias: “Com as pessoas ficando em casa passaram a perceber que poderiam fazer alguma  reforma ou ampliação  da casa e em algumas situações  fazerem ou reformar a casa de campo devido ao isolamento” completou Ilson Bozi.

Receba notícias no seu WhatsApp

Receba as novidades no seu e-mail

Acompanhe nosso canal no Google news

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 226

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

Política e ECONOMIA