Pesquisadores mapearam mais de 2 mil quilômetros quadrados de habitats marinhos e geomorfologia submarina
Por Kebim Tamanini
Uma comitiva do Laboratório de Geociências Marinhas (LaboGeo) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) apresentou à comunidade internacional reunida na Noruega a área oceânica do Estado capixaba, compreendendo uma zona marinha entre 10 e 100 metros de profundidade. Essa região é considerada pelos pesquisadores uma das áreas mais bem mapeadas com cobertura de batimetria multifeixe no Brasil, um método utilizado no estudo das profundidades de ambientes aquáticos.
Graças à contribuição de diversos programas estaduais e federais, o LaboGeo mapeou mais de 2 mil quilômetros quadrados de dados de batimetria multifeixe multifrequência, tornando-se um laboratório de referência nacional e internacional no mapeamento de habitats marinhos e geomorfologia submarina.
“O fundo dos oceanos é uma grande fronteira do conhecimento e, […] foram encontradas feições que nunca tínhamos visto antes. Isso impacta diretamente no conhecimento sobre a distribuição da biodiversidade, mas também sobre processos que não sabíamos que estavam atuando na região”, afirma o professor da Ufes, Alex Bastos.

Outro projeto também foi apresentado no evento, abordando a aplicação direta dos dados do fundo marinho para o desenvolvimento do planejamento espacial marinho ou do zoneamento ecológico-econômico costeiro/marinho, ferramentas fundamentais para o desenvolvimento e uso sustentável dos oceanos.
“A base do conhecimento sobre o fundo marinho e sua biodiversidade é fundamental para as análises de conflitos de uso e a aplicação de soluções baseadas na natureza. O poder do mapeamento é muito grande para a tomada de decisão, porque a representação dos usos potenciais do fundo marinho em combinação com seus conflitos e com a distribuição da biodiversidade e dos possíveis riscos geológicos e ambientais são base para a decisão dos gestores públicos”, destaca Alex Bastos.
A estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Ambiental (PPGOAm), Ana Carolina Lavagnino, e a pós-doutoranda Tarcila Franco, estão liderando os estudos e estiveram presentes no evento de Mapeamento Geológico e Biológico de Habitats Marinhos (GeoHab 2024).