Os quiosques, alvo de queixas desde 1997, enfrentam reclamações do Ministério Público Estadual e da Associação de Moradores
Por Kebim Tamanini
A Prefeitura de Vila Velha iniciou a desocupação de seis quiosques localizados na Praia da Costa, na manhã desta terça-feira (18). A medida cumpre uma determinação da 2ª Vara da Fazenda Pública Municipal, que há anos lida com reclamações envolvendo esses estabelecimentos, conhecidos como “Asa Delta”.
Os quiosques, que são alvo de queixas desde 1997, estão situados próximos à Avenida Champagnat, um dos pontos mais movimentados da praia. As reclamações judiciais aconteceram por parte do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e pela Associação de Moradores da Praia da Costa (AMPC), que desde então tramitava na Justiça.
Em 12 de junho de 2024, a Justiça finalmente proferiu uma decisão determinando a desocupação. A Prefeitura de Vila Velha pontuou que é “obrigada a auxiliar o Poder Judiciário no cumprimento da medida de desocupação, irá atuar com a finalidade de assegurar o respeito e a dignidade de todas as pessoas envolvidas”. por meio de nota.
Ao que parece, havia um acordo entre os proprietários dos quiosques que deveriam ter desocupados até 31 de maio de 2023, o que não aconteceu.
Reação dos Proprietários
Os quiosqueiros, muitos dos quais operam nesses locais há décadas, manifestaram-se nas redes sociais contrários à medida. Durante a remoção, um dos proprietários expressou sua indignação e frustração. “Estamos aqui desmontando tudo de surpresa. Ninguém nos avisou com antecedência, ninguém teve consenso sobre essa ação”, desabafou.
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Ele relatou que estava no processo de desocupação por conta própria há mais de 20 dias e criticou a falta de tolerância e o tratamento recebido. “Não estamos enfrentando a justiça, só queremos um pouco mais de tempo para retirar tudo com cuidado, porque isso aqui é o resultado de 27 anos de trabalho”, afirmou, enquanto acompanhava o carregamento de móveis e equipamentos.
A desocupação dos quiosques na Praia da Costa tem gerado um misto de reações na comunidade. Por um lado, moradores e frequentadores da praia queixavam-se há anos das operações irregulares dos quiosques. Por outro, os proprietários e trabalhadores dos estabelecimentos veem a ação como uma perda significativa de seu sustento e investimento.