Levantamento feito pelo Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) mostra quais setores vão investir mais até 2028, no Espírito Santo
Por Kikina Sessa
Estão previstos R$ 105 bilhões em investimentos privados no Espírito Santo nos próximos cinco anos. Setores de petróleo e gás, mineração, siderurgia, papel e celulose, energia e infraestrutura são os que concentram os maiores investimentos. Do montante, cerca de R$ 40 bilhões são para operações e R$ 65 bilhões para novos projetos.
No Brasil, ainda no mesmo período, os investimentos devem ultrapassar os R$ 922 bilhões, evidenciando oportunidades para os fornecedores capixabas que, se trabalhadas adequadamente, podem ser aproveitadas.
Para falar sobre esse cenário promissor, o ES Brasil Entrevista conversou com Durval Vieira de Freitas, CEO da DVF Consultoria, responsável pelo Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) e consultor da Mec Show.
“O Espírito Santo é um estado diferente dos demais estados brasileiros. Nós temos o nosso PIB industrial focado em cinco grandes empresas que são a Samarco, a Vale, ArcelorMittal, Petrobras e a Suzano. Essas empresas representam mais de 50% do PIB industrial. Para essas empresas operarem elas consomem por ano, no Estado, R$ 8 bilhões. Isso é uma grande vantagem competitiva para a cadeia de abastecimento”, comenta Durval.
O coordenador do PDF lembra que quando o programa começou em 1995, apenas 8% das demandas das empresas eram atendidas por fornecedores locais. Hoje, esse percentual chega a 70%. O PDF conta com 158 empresas participantes, que empregam em torno de 49 mil trabalhadores e faturam R$ 12 bilhões por ano, sendo que 60% desse faturamento é atendendo a empresas fora do Estado.
“Nós estamos preparadíssimos para competir a nível de Brasil, inclusive algumas já estão exportando.”
Mão de obra é o principal problema que a indústria tem pela frente para continuar produzindo, afirma Durval, juntamente com investimento em inovação e tecnologia.
“Estamos fazendo do Espírito Santo um estado competitivo e respeitado, mas o desafio é constante e temos muito o que fazer ainda para atingir o nível de Coreia, Japão e ser competitivo internacionalmente”.
Nesta entrevista, Durval fala ainda sobre a importância da Mec Show, que acontece nesta semana, do retorno de mais uma usina de pelotização da Samarco e sobre a força da indústria de petróleo e gás no Estado.